Dados gerais
Título
Entrevista com Celso Antunes Horta
Código da entrevista
C127
Entrevistados
Data da entrevista
14/06/2017
Resumo da entrevista
Em seu testemunho, Celso discorreu sobre sua passagem pelo Movimento Estudantil da PUC-SP no final da década de 1960 até sua adesão à luta armada através da Ação Libertadora Nacional (ALN). Durante o ano de 1968, participou ativamente das manifestações de rua e de disputas internas na Universidade em torno do Centro Acadêmico, envolto por um clima de intensa efervescência política. Porém, ao final de 1968 e já vivendo na semiclandestinidade como membro de um Grupo Tático Armado (GTA), afastou-se do Movimento Estudantil - sufocado pelo decreto do Ato Institucional nº 5. Em sua entrevista, Celso apresentou os princípios que guiavam as ações da luta armada, de que forma eram estruturados os GTAs e seus quadros tendo por base o conceito de Liberdade Tática elaborado por Carlos Marighella – líder da ALN. Foi capturado em 29 de setembro de 1969 por uma equipe da Operação Bandeirantes (OBAN) e mantido no prédio da 36ª Delegacia de Polícia de São Paulo, situado na Rua Tutóia. Inserido no processo de declínio da ALN e sucessivas quedas de militantes da organização, foi condenado a uma pena de oito anos de prisão. Neste período, passou também pelo Deops/SP, onde formalizou sua prisão; pelo Presídio Tiradentes, onde participou de uma longa greve de fome; pela Casa de Detenção, onde enfrentou o isolamento dos companheiros e conviveu com os chamados presos comuns; e pela Penitenciária do Estado, até finalmente concluir sua pena, em 1977, no recém-inaugurado Presídio Romão Gomes. Foi condenado em dois processos judiciais e teve como advogados seu pai, Alberto Horta, e José Carlos Dias, que o defenderam diante da Auditoria da Justiça Militar de São Paulo. O entrevistado relembrou ainda que, durante as audiências, ele e outros companheiros denunciaram graves violações cometidas contra os presos políticos. Falou sobre a solidariedade de seu pai e de seus companheiros e sobre a perseguição política sofrida também por três de seus irmãos. Durante a década de 1980, narrou sobre sua proximidade com o Partido dos Trabalhadores (PT) e o movimento operário e sindical. Destacou a memória dos companheiros mortos: Carlos Eduardo Pires Fleury e Virgílio Gomes da Silva, rememorando suas trajetórias e o legado que deixaram na história da resistência no Brasil. Por fim, dedicou a entrevista ao companheiro João Leonardo da Silva Rocha e, como forma de homenageá-lo, leu uma carta escrita por ele no Deops/SP em 1969.
Entrevistadores
Luiza Giandalia | Camila Djurovic
Duração (minutos)
131
Operador de câmera
Jamerson Lima
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
HORTA, Celso Antunes. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Luiza Giandalia e Camila Djurovic em 14/06/2017