Dados gerais
Título
Entrevista com Darci Toshiko Miyaki
Código da entrevista
C072
Coleção
Entrevistados
Data da entrevista
24/04/2014
Resumo da entrevista
A entrevistada relatou sua origem e a vivência no ceio de uma família de orientação burguesa, analisando as influências externas que a levaram a se aproximar da política e de uma ideologia com orientação de esquerda. Sobre sua trajetória de militância partidária junto ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), retomou o período em que foi estudante da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em meio a um clima político e cultural efervescente. Após o racha interno do Partido, aderiu ao Agrupamento Comunista que deu origem à Ação Libertadora Nacional (ALN), comandada por Carlos Marighella. Vivendo no CRUSP, passou a ser perseguida pela polícia política, tornando-se clandestina. Em 1969, foi enviada a Cuba e a Coréia do Norte para realizar treinamento militar a fim de servir ao 2º Exército da ALN. Ao deixar Cuba, cumpriu tarefas no exterior e testemunhou fatos que reafirmam a atuação cooperativa entre a repressão dos países do Cone Sul. De volta ao Brasil, passou a atuar no setor de inteligência da ALN e foi morar em um aparelho vinculado a organização. Compartilhou as memórias de quando foi capturada pelos agentes do DOI-Codi em uma operação no Rio de Janeiro em 1972 e sobre sua estada no DOI-Codi de São Paulo onde permaneceu sequestrada por sete meses. A respeito desta fase, descreveu em detalhes à estrutura física do DOI-Codi/SP e seu funcionamento interno, fornecendo importantes dados à descrição deste lugar de memória. Refletiu ainda sobre os métodos de tortura, analisados por ela como métodos científicos e sobre o sofrimento contínuo e patológico das famílias dos mortos e desaparecidos. Nesse sentido, abordou suas próprias sequelas psicológicas, além da debilidade física acarretada pelas torturas. Com relação aos atos de solidariedade, relembrou a atuação dos intelectuais estrangeiros, a solidariedade internacional e o papel pioneiro das mulheres e da igreja na luta pela Anistia e na busca pelo esclarecimento das mortes e desaparecimentos.
Entrevistadores
Karina Alves | Ana Paula Brito
Duração (minutos)
185
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
MIYAKI, Darci Toshiko. Entrevista sobre o DOI-Codi/SP no contexto da ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Ana Paula Brito em 24/04/2014.