Dados gerais
Título
Entrevista com Derly José de Carvalho
Código da entrevista
C048
Entrevistados
Data da entrevista
18/10/2013
Resumo da entrevista
Derly narrou sobre sua militância iniciada em 1962 através do contato com a teoria marxista e da prática como sindicalista. Logo, aproximou-se do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e em 1965 filiou-se a dissidência: o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Em 1966, foi convidado a realizar um treinamento na Academia Militar de Pequim, que mantinha relações estreitas com o PCdoB. Ao regressar ao Brasil, informado sobre o risco iminente de prisão, preferiu exilar-se na Albânia até 1967. De volta ao seu país de origem, como membro da direção nacional provisória da Ala Vermelha (ALA), foi preso com três de seus irmãos, no ano de 1969. Os quatro irmãos foram levados para o DEIC-SP e em seguida para o Deops/SP onde sofreram torturas. Derly também esteve preso no Presídio Tiradentes, Carandiru, Ilha das Flores (RJ) e Vila Militar (RJ). Foi solto em janeiro de 1971 ao lado de outros 70 presos em troca da liberdade do embaixador suíço sequestrado pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Imediatamente após a soltura, seguiu para o exílio onde viveu até o ano de 1980. Neste contexto, versou sobre as relações internacionais da década de 1970 tomando por base as experiências do Chile, da Argentina e da França. Discorreu ainda sobre um encontro ocasional ocorrido em 1987 com o homem que o torturou no Deops/SP e como encarou a situação. Segundo o entrevistado, as mesmas empresas que reprimiam os sindicalistas eram aquelas que financiavam os aparelhos de repressão e as equipes de tortura. Finalizou dizendo que se orgulha de suas escolhas pessoais, inseridas em uma trajetória familiar de luta e resistência.
Entrevistadores
Karina Alves | Marcela Boni
Duração (minutos)
196
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
ARVALHO, Derly José de. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Marcela Boni em 18/10/2013.