Entrevista com Dulce Quirino de Carvalho Muniz
Título
Entrevista com Dulce Quirino de Carvalho Muniz
Código da entrevista
C034
Entrevistados
Data da entrevista
26/06/2013
Resumo da entrevista
Dulce Muniz compartilhou passagens de sua infância em São José da Barra, onde viveu com os pais e os irmãos. Tais experiências representaram formas subjetivas de influência, determinantes para suas escolhas políticas como militante em oposição ao regime militar. Em 1968, vivendo em São Paulo, ingressou no Teatro de Arena em um curso ministrado por Heleny Guariba e Cecilia Boal e desde então, dedica-se ao exercício dos palcos como atriz e diretora. Inserida, portanto, em um meio artístico de orientação esquerdista, aderiu ao Partido Operário Revolucionário Trotskista (PORT) e imergiu em estudos teóricos que aproximavam a política da arte e propunham uma prática voltada para a emancipação dos trabalhadores. Como membro do Partido realizou a distribuição de panfletos, abrigou companheiros e ajudou a organizar comícios. Em 1º de maio de 1970, durante ato dos sindicatos paulistas realizado no Estádio Maria Zélia, foi presa pela OBAN e encaminhada ao Deops/SP junto de outros cinco companheiros. Dentre os presos, estava Olavo Hansen, com quem Dulce conviveu no Deops/SP até ser assassinado. Pontuou, que embora não tenha sido fisicamente torturada, não passou ilesa pela tortura psicológica e comparou a censura à tortura como práticas igualmente nocivas, com a diferença que a censura, ao menos em alguns momentos na história, foi possível de ser driblada. Ao fim, colocou-se em defesa do chamou de "enfrentamento da história", para que a mesma seja revista e apurada a luz da democracia.
Lugares da memória mencionados
Quartel de Quitaúna | Sindicato dos Bancários de São Paulo | Fazenda 31 de Março | Teatro de Arena Eugênio Kusnet | Teatro Ruth Escobar | Rua Maria Antônia | Vila Operária Maria Zélia | Presídio Tiradentes | Deops/SP | QG da Polícia Militar | Sindicato dos Radialistas | Teatro Casarão | TV Cultura | 1o Batalhão de Polícia de Choque - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA) | DOI-Codi/SP | Universidade de São Paulo (USP) | Cursinho do Grêmio da Faculdade de Filosofia da USP | Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) | Auditoria da Justiça Militar | Casa da Morte de Petrópolis | Rádio Nacional do Rio de Janeiro
Eventos históricos mencionados
Assassinato de Carlos Marighella por agentes da repressão | Assassinato de Eduardo Collen Leite Bacuri por agentes da repressão | Assassinato de Olavo Hansen por agentes da repressão | Ato dos sindicatos paulistas no dia 1º de maio no Estádio Maria Zélia | Campanha da Anistia | Decreto do AI-5 | Diretas Já | Assalto ao Quartel de Quitaúna | Golpe de 1964 | Fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) | Guerrilha do Vale do Ribeira | Passeata dos Cem mil | Prisão de Madre Maurina | Suicídio de Getúlio Vargas | Greve do sindicato dos radialistas
Entrevistadores
Karina Alves | Marcela Boni
Duração (minutos)
196
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
CARVALHO, Dulce Quirino de. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Marcela Boni em 26/06/2013.