Entrevista com Eleonora Menicucci
Título
Entrevista com Eleonora Menicucci
Código da entrevista
C144
Entrevistados
Data da entrevista
16/05/2018
Resumo da entrevista
A partir de fatos envolvendo sua experiência de militância política e o decorrente processo de prisão sofrido, Eleonora teceu reflexões sobre o processo político recente do país enfatizando o protagonismo da mulher na luta contra a ditadura e a influência da revolução sexual neste processo. Em seu testemunho, falou sobre o início de sua participação política em 1964 filiada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e integrando o movimento estudantil em Belo Horizonte, motivo pelo qual foi detida diversas vezes pelo DOPS/MG. Em 1967 passou a integrar a recém-criada Corrente Revolucionária de Minas Gerais (Corrente) e, pouco depois, já estabelecida em São Paulo, migra para a Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop). Em 1969, frente ao recrudescimento da repressão, Eleonora torna-se clandestina e adere ao Partido Operário Comunista (POC), permanecendo nesta organização até sua prisão em julho de 1971. Eleonora esteve presa durante quase três anos, passando pelo DOI-Codi/SP – onde testemunhou o assassinato de Luiz Eduardo Merlino –, no Deops/SP, Presídio Tiradentes, Presídio do Carandiru e Presídio do Hipódromo. Durante sua prisão foi submetida à torturas físicas e psicológicas, que envolveram, inclusive, a presença de sua filha, com apenas um ano e 10 meses de idade. Ao sair da prisão, muda-se para João Pessoa e passa a trabalhar no Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese da Paraíba. Nesse período, a militância feminista e suas pesquisas sobre as condições de vida das mulheres brasileiras ganharam importante destaque em sua trajetória acadêmica e política. Por fim, a entrevistada falou sobre sua experiência como ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres e debateu sobre o contexto político atual, manifestando a necessidade da radicalização da democracia no Brasil através da promoção da igualdade de gênero e raça.
Lugares da memória mencionados
Auditoria da Justiça Militar | Complexo Penitenciário do Carandiru | Presídio do Hipódromo | Cemitério Dom Bosco - Vala de Perus | Presídio Tiradentes | Deops/SP | Arquidiocese da Paraíba | DCE/UFMG | DOPS/MG | Quartel do Exército de Juiz de Fora/MG | Casa de Saúde da Mulher Domingos Delascio | Hospital das Clínicas | Igreja São Francisco das Chagas | DOI-Codi/SP
Eventos históricos mencionados
28º Congresso da UNE | Assassinato de Luiz Eduardo da Rocha Merlino por agentes da repressão | Criação da Comissão Nacional da Verdade | Decreto Lei 477 | Decreto do AI-5 | Golpe Parlamentar de 2016 | Greve de fome no Presídio Tiradentes | Racha da Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop) | Revolução Sexual | Golpe de 1964 | Segundo racha do Partido Comunista Brasileiro (PCB) | Revelação de documentos do governo Geisel pela CIA
Entrevistadores
Luiza Giandalia | Julia Gumieri
Duração (minutos)
125
Operador de câmera
Jamerson Lima
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
OLIVEIRA, Eleonora Menicucci de. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Luiza Giandalia e Julia Gumieri em 16/05/2018.