Dados gerais
Título
Entrevista com Emílio Ivo Ullrich
Código da entrevista
C041
Entrevistados
Data da entrevista
13/09/2013
Resumo da entrevista
O entrevistado relatou sobre sua militância política integrada ao Movimento Estudantil, que se iniciou em Porto Alegre em 1966. Devido a crescente perseguição política, Emílio viu-se obrigado a mudar-se para São Paulo, onde reside até hoje. Ao instalar-se na capital paulista, aderiu à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) por intermédio de outros companheiros vindos do Sul que se incorporaram à mesma organização. Como militante, prestou apoio aos comandantes da VPR Luiz Eurico Lisboa e Yoshitane Fujimori, ambos assassinados pela repressão. Foi preso em novembro de 1970 e levado ao DOI-Codi/SP. Acerca deste período, relembrou as torturas cotidianas que sofreu ao longo dos 30 dias em que esteve preso, além de alguns episódios representativos da dinâmica e do caráter dos agentes envolvidos com a repressão, tecendo uma denúncia que inclui não só militares como civis. Sobre sua estada no Deops/SP, abordou a insalubridade do local, os interrogatórios pautados por ameaças e persuasão e deu especial destaque a tormenta causada pelas luzes intensas que se mantinham constantemente acessas na cela, impossibilitando o descanso da vista e da mente, levando-o a um transtorno psíquico. Após dois meses, foi transferido para o Presídio Tiradentes, onde passou a receber visitas do advogado Belisário dos Santos Junior, responsável por sua defesa. Ao final, compartilhou com a equipe do Memorial da Resistência algumas poesias e relatos autorais escritos após a saída da prisão e que refletem sua experiência de dor, medo e angústia que representam, segundo Emílio, marcas perpétuas da violência que sofrera.
Entrevistadores
Karina Alves | Vanessa do Amaral
Duração (minutos)
185
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
ULRICH, Emílio Ivo. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Vanessa do Amaral em 13/09/2013.