Dados gerais
Título
Entrevista com Andressa Turner
Código da entrevista
C196
Entrevistados
Data da entrevista
29/01/2024
Resumo da entrevista
O entrevistado inicia seu relato contando sobre sua infância em Santo André (SP), sua origem familiar e o bairro em que cresceu, Vila Alpina. Contra sobre a forte atividade sindical no bairro e na cidade. Relata sobre sua vida escolar e o fato de não falarem sobre a ditadura na escola. Por outro lado, recorda que sua mãe expressava seu receio em relação à sua segurança. Relata a presença da polícia em seu dia a dia. Conta sobre os programas de televisão e as músicas que consumia nos anos 1970. Conta sobre a convivência de sua mãe com homossexuais em seu ambiente de trabalho e a importância disso em seu processo de entendimento sobre sua própria sexualidade e nas primeiras experimentações artísticas com sua irmã. Conta que teve vários trabalhos, mas que sempre sentiu que a necessidade de conciliar os empregos formais com a arte. Conta como começou a trabalhar na boate Xanadu, em Santo André, em 1988, como garçom, até o dia em que fez sua primeira apresentação de transformismo. Relata o processo de produção dessa primeira apresentação e a escolha do seu nome, Andresa Turner. Conta quando ganhou o concurso “Scarpin de Ouro”, na boate Nostro Mondo, em 1991, e que essa premiação abriu portas para que se apresentasse em São Paulo e em Campinas. Conta como praticava para aprender a dublar as músicas de Tina Turner. Conta como era a boate Xanadu, os shows que aconteciam na casa e recorda algumas das artistas transformistas que se apresentavam lá. Conta como aprendeu o ofício de cabelereiro, no salão Carrara Cabelereiros, cujo dono também se apresentava na noite como artista transformista. Conta como era o processo de contratação nas casas noturnas. Conta sobre como eram os shows na Nostro Mondo e recorda algumas artistas da casa. Conta como fazia para comprar os materiais para os shows e como fazia para se deslocar de Santo André para apresentar-se em São Paulo. Relata quem eram os carecas do ABC e um episódio em que precisou escapar deles. Conta as primeiras referências que acessou sobre a epidemia de HIV/Aids. Conta como a vida noturna foi afetada pelo HIV/Aids e o preconceito enfrentado por quem vivia com o vírus. Conta sobre os programas de televisão nos quais participou como sósia de Tina Turner. Conta sobre sua participação durante a divulgação do filme biográfico “Tina: A verdadeira história de Tina Turner”. Relata quando começou a diferenciação entre artista transformista e drag queen. Aponta outros artistas que ela fez caracterizações em suas performances. Conta como fazia para conciliar o transformismo com sua vida pessoal. Relata sua relação com as paradas do Orgulho LGBT realizadas em São Paulo e no ABC. Conta suas percepções sobre o espaço atual na noite para artistas covers. Finaliza a entrevista relatando uma apresentação que foi marcante na sua carreira, quando ganhou o prêmio “Scarpin de Ouro”, em 1991.
Entrevistadores
Marcos Tolentino, Angel Natal e Vanessa Miyashiro
Duração (minutos)
119
Operador de câmera
Nael Souza
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo
Como citar
Turner, Andressa. Entrevista sobre gênero, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo. Entrevista concedida a Marcos Tolentitno, Angel Natal e Vanessa Myiashiro, em 29/01/2024, por meio da parceria com o Acervo Bajubá.