Dados gerais
Título
Entrevista com Gretta Salgado Silveira
Código da entrevista
C156
Entrevistados
Data da entrevista
14/05/2021
Resumo da entrevista
Em seu testemunho, realizado de forma virtual, Gretta Starr contou sobre sua infância e juventude na cidade de Santos, onde a família possuía alguns círculos de influência. A respeito da juventude, vivida no auge dos anos 1970, Gretta menciona a efervescência cultural da vida noturna santista, onde, contudo, não sentia muita liberdade para apresentar-se como artista transformista, dados os círculos de parentescos e a moralidade do período acerca das diversidades sexuais e de gênero. Mudando-se para São Paulo em 1974, Gretta trabalhou no Banco Nacional na rua São Bento e narra o exato momento em que começou a tomar consciência sobre a repressão política praticada pela ditadura: um dia em que o centro da cidade foi fechado e invadido pela cavalaria e por camburões, sendo todos impedidos de saírem às ruas. Gretta, apresentando-se na cena artística desde o final da década de 1970, trabalhou em muitas casas noturnas da capital e, oriunda de uma família que possuía muitos contatos sociais, narra também as diferenças que percebeu entre as abordagens policiais contra ela e contra as suas colegas, muitas delas de condições mais pobres, que, por isso, eram perseguidas e presas. Gretta, apesar de não ter sido detida, assistiu a muitas humilhações praticadas contra suas companheiras, o que também criou, entre elas, alguns afastamentos e isolamentos. Avisada pela polícia de que ela também seria presa em uma próxima oportunidade, Gretta procurou se inscrever no sindicato dos atores, como forma de se “legalizar”, mas em seguida decidiu deixar o país, passando quase duas décadas na Ásia. Por fim, Gretta refletiu sobre sua trajetória pessoal e profissional, sobre seu retorno ao Brasil e a carreira no país, sobre aceitação e os rumos atuais das militâncias LGBT.
Entrevistadores
Julia Gumieri
Duração (minutos)
46
Local da entrevista
Virtual
Como citar
SILVEIRA, Gretta Salgado. Entrevista realizada para exposição temporária Orgulho e Resistências: LGBT na Ditadura. Entrevista concedida a Julia Gumieri, pela Plataforma Teams, em 14/05/2021. Memorial da Resistência de São Paulo.