Dados gerais
Título
Entrevista com Lili Vargas
Código da entrevista
C204
Entrevistados
Data da entrevista
11/04/2024
Resumo da entrevista
A entrevistada inicia seu relato recordado sua infância e adolescência. Ela nasceu em Limeira (SP), mas, aos sete anos de idade, seus pais mudaram-se para Jundiaí (SP). Em 1964, mudaram-se novamente para São Paulo (SP), estabelecendo-se no bairro do Ipiranga. Conta que a mudança foi para que a família ficasse mais próxima de seu pai, que, naquele momento, vivia entre o Rio de Janeiro e São Paulo, pois trabalhava como jornalista para o colunista Ibrahim Sued, do jornal “O Globo”. Conta como fez seus primeiros amigos gays no Ipiranga, entre eles Kaká di Polly, que a levou para conhecer a Galeria Metrópole e os pontos de paquera homossexual, no centro de São Paulo. Relata como eram as batidas policiais que ocorriam no centro de São Paulo. Conta que foi levada presa em algumas ocasiões para o 3º Distrito Policial (Parque Dom Pedro) e para o 4º Distrito Policial (Consolação). Conta que no início frequentavam barzinhos entre a República e o Largo do Arouche. Relata o surgimento das primeiras boates para homossexuais, como o De Você, no Largo do Arouche, e o Hi-Fi, na Rua Augusta. Conta como conheceu a Condessa Mônica e a boate Nostro Mondo. Relata como eram as noites na Nostro Mondo e na Medieval. Conta como eram as batidas policiais na Hi-Fi, na Nostro Mondo e na Medieval. Reflete sobre a importância a amizade para as mulheres transexuais e travestis encararem o preconceito e a violência na época. Conta que migrou para França, onde trabalhou com prostituição. Relata como era o cotidiano do trabalho em Paris e o que foram os voos da beleza. Relata como se deu sua mudança para a Itália. Conta que retornou para o Brasil para cuidar do pai e que, em seguida, seu companheiro que ela conheceu na Itália se juntou a ela. Relata que eles se tornaram gerentes de uma pensão para famílias, no Ipiranga. Conta que na década de 1990 se mudaram para o bairro da Bela Vista e as transformações do bairro nos últimos trinta anos. Conta suas lembranças do golpe e do início da ditadura e as recomendações que seu pai fazia para que ela se protegesse. Relata suas lembranças na escola. Conta que em 1975 viveu um período no Rio de Janeiro, no apartamento de um dos diretores da gravadora Phonogram. Relata que, entre os cáceres para os quais foi levada presa em São Paulo, esteve o Deops/SP. Conta como era a violência policial nas abordagens e nas prisões. Relata suas vivências com Jaqueline Welch, Claudia Wonder, Rogéria, Andrea de Mayo, Terta e Cristiane Jordão e a importância dessas amizades. Conta sobre o uso de hormônios e a chegada do silicone industrial entre as travestis. Conta o preconceito vivido no início da epidemia de HIV/Aids e suas lembranças de Brenda Lee e da sua casa de apoio, no Bexiga. Relata quando ela se entendeu como uma ativista social da causa LGBTQIA+. Finaliza a entrevista contando a importância de registrar suas memórias.
Entrevistadores
Marcos Tolentino, Angel Natan e Julia Gumieri
Duração (minutos)
140
Operador de câmera
Nael Souza
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo
Assuntos: Lugares
Galeria Metrópole | Largo do Arouche | Boate Nostro Mundo | Boate Medieval | Boate Corintho | Boate Prohibidu's | Boate Val Improviso | Hospital Emilio Ribas | Casa de Apoio Brenda Lee