Dados gerais
Título
Entrevista com Gilberto Tanos Natalini
Código da entrevista
C125
Entrevistados
Data da entrevista
10/05/2017
Resumo da entrevista
Em seu testemunho, Gilberto Natalini relatou sobre sua trajetória de ativismo político. Em 1970, enquanto aluno da Escola Paulista de Medicina, passou a integrar um pequeno grupo de estudantes empenhados na luta contra a ditadura. Nessa época, sua ação não estava diretamente envolvida com organizações de esquerda ou partidos políticos, mas, ideologicamente, identificava-se com o liberalismo democrático. No entanto, após ser apontado como responsável pelo repasse de um jornal produzido pelo Movimento de Libertação Popular (MOLIPO), Natalini foi preso em São Paulo por uma equipe do DOI-Codi/SP acusado de pertencer a tal organização. Após dois meses de interrogatório no DOI-Codi/SP foi encaminhado para o Deops/SP, onde permaneceu por aproximadamente um mês. Acerca deste período, relembrou a convivência com os companheiros de cela e a solidariedade presente naquele contexto, independentemente de vertentes políticas. Após a soltura, apresentou-se à Auditoria da Justiça Militar e, defendido pelo advogado Airton Soares, foi absolvido. Anos mais tarde foi indenizado em âmbito estadual e federal por danos físicos sofridos pela tortura no cárcere. Na entrevista também abordou o trabalho médico voluntário que realiza desde 1976 no bairro do Cangaíba, na Zona Leste de São Paulo, ao lado de outros colegas médicos. Narrou o contexto de surgimento deste projeto, que remete ao tempo em que esteve preso no Deops/SP, e sobre os resultados e alcances obtidos. Contou que a partir deste trabalho voluntário outras frentes de organização popular surgiram em luta reivindicatória por saúde, qualidade de vida e democracia. Por conta deste cotidiano de luta sofreu outras diversas detenções no Deops/SP até meados da década de 1980. Por fim, refletiu sobre sua experiência à frente da Comissão Municipal da Verdade – Vladimir Herzog e sobre suas frustrações com a conjuntura política atual.
Entrevistadores
Luiza Giandalia | Camila Djurovic
Duração (minutos)
63
Operador de câmera
Jamerson Lima
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
NATALINI, Gilberto Tanos. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Luiza Giandalia e Camila Djurovic em 10/05/2017.