Dados gerais
Título
Entrevista com José Braz Sobrinho
Código da entrevista
C032
Entrevistados
Data da entrevista
07/06/2013
Resumo da entrevista
José Braz discorreu acerca de sua atuação sindical, retomando paralelamente, narrativas de outros companheiros também engajados na luta em prol dos direitos da classe operária. Segundo o entrevistado, apesar da represália dos patrões que contava com o apoio do poder público, os movimentos da causa operária vinham ganhando força e representatividade desde o início da década de 1960. Porém, com a deflagração do golpe civil-militar em 1964, a atuação sindicalista tornou-se clandestina e a segurança dos militantes foi drasticamente reduzida. A militância de José Braz teve início ao ingressar na indústria Volkswagen, no fatídico ano de 1964, aderindo ao Movimento Sindical dos Metalúrgicos de Santo André/SP - município que abrigava a indústria e onde José residia. A cerca desta fase, relembrou a luta por melhores condições de segurança no trabalho e as reinvindicações diante da exploração dos trabalhadores com apoio de membros da Igreja Católica na sustentação dos sindicatos e na defesa de seus integrantes. Embora não fosse filiado, participou de reuniões da Ação Popular (AP) e da Ação Libertadora Nacional (ALN), interessado nas discussões sobre formas de organização dos trabalhadores. Em seu testemunho, denunciou a indústria automobilística por financiar a ditadura e citou greves históricas realizadas no ABC paulista, que resultaram no desaparecimento de companheiros e em inúmeras prisões. Em exercício a mais de 20 anos como sindicalista, presenciou importantes conquistas dos trabalhadores, como a fundação do Congresso dos Metalúrgicos em 1967, do Partido dos Trabalhadores (PT) em 1980, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em 1983, entre outros marcos.
Entrevistadores
Karina Alves | Marcela Boni
Duração (minutos)
164
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
SOBRINHO, José Braz. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Marcela Boni em 07/06/2013.