Entrevista com Manoel Cyrillo de Oliveira Netto
Título
Entrevista com Manoel Cyrillo de Oliveira Netto
Código da entrevista
C036
Entrevistados
Data da entrevista
26/07/2013
Resumo da entrevista
A trajetória da militância de Manoel Cyrillo teve início no final de 1968 quando, ao lado de outros três companheiros, aderiu à Ação Libertadora Nacional (ALN). Tornou-se membro de um Grupo Tático Armado (GTA) já consolidado, envolvendo-se em importantes ações de guerrilha urbana, tais como a tomada da Rádio Nacional e o sequestro do embaixador americano, ambas executadas no ano de 1969. O entrevistado discorreu sobre os propósitos que embasaram as ações e a busca pela quebra da censura e liberdade de companheiros presos. Relatou sobre o episódio de enfrentamento armado com a polícia no dia 24 de novembro de 1969, que culminou na morte de seu companheiro, Luiz Fogaça Balboni. Segundo Cyrillo, para que a luta armada pudesse alcançar seu objetivo maior, que era sua inserção no meio rural, era necessário sobreviver à fase da guerrilha urbana por uma questão estratégica de acumulação de capital e munição. Porém, a cidade, considerada o túmulo do guerrilheiro, foi onde de fato a luta armada se extinguiu. Cyrillo foi sequestrado por uma equipe da OBAN no dia 30 setembro de 1969, em um aparelho localizado em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. Teve sua prisão oficializada em 16 de outubro, quando deu entrada no Deops/SP. Condenado por quatro processos cumpriu 10 anos de prisão passando por diversos cárceres do Estado. A respeito de sua longa trajetória de prisão, destacou as ações de resistência desempenhadas por ele e outros companheiros como as greves de fome em prol de melhorias na condição carcerária e pela defesa dos Direitos Humanos, demonstrando que apesar das condições de confinamento e repressão impostas pela prisão, sua luta jamais cessou. Por fim, apontou a necessidade de que sejam revistas algumas frentes de investigação ligadas a episódios não esclarecidos envolvendo ações criminosas por parte da repressão.
Entrevistadores
Karina Alves | Marcela Boni
Duração (minutos)
218
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
NETTO, Manoel Cyrillo de Oliveira. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Marcela Boni em 26/07/2013.
Assuntos Temáticos
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