Dados gerais
Título
Entrevista com Raphael Martinelli
Código da entrevista
C009
Coleção
Entrevistados
Data da entrevista
02/11/2008
Resumo da entrevista
O entrevistado abordou sua trajetória profissional como ferroviário em paralelo à sua militância política como líder sindical e membro da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização de esquerda ligada à luta armada. Foi funcionário da ferrovia inglesa São Paulo Railway Company que em 1946, ao ser encampada pelo governo brasileiro, passou a se chamar Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Como membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), alistou-se no exército em 1945, porém manteve seu vínculo empregatício com a ferrovia. Neste contexto, comentou a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial e o surgimento das ditaduras na América Latina e a repressão que se abateu sobre a classe operária no governo do General Eurico Gaspar Dutra (1946-1951). Declarou o ano de 1949, na ocasião da greve dos ferroviários, como marco concreto do início de sua militância política. Em 1955, enquanto as greves ganhavam força e adesão, sofreu sua primeira prisão política enquanto ocupava o posto de diretor da chapa sindical. Em 1959, como presidente da Federação Nacional dos Ferroviários, relembrou a atuação dos pelegos e a intensa perseguição sofrida. Em abril de 1970, em pleno regime militar, foi novamente preso, desta vez pela OBAN em função de seu histórico de militância e por uma suspeita ligação com a Ação Libertadora Nacional (ALN). Foi transferido para o Deops/SP, onde relembrou a tortura e a solidariedade manifestada entre os presos, até concluir sua pena no Presídio Tiradentes. Segundo Martinelli, a real explicação para ter sobrevivido a esta fase, é pelo fato da repressão nunca ter comprovado sua participação como um dos diretores e fundadores da ALN.
Entrevistadores
Katia Felipini | Marcelo Araújo
Duração (minutos)
46
Operador de câmera
Produtora Preto e Branco
Local da entrevista
Produtora Preto e Branco, São Paulo/SP
Como citar
MARTINELLI, Raphael. Entrevista realizada para exposição de longa duração do Memorial da Resistência inaugurada em 2009. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Kátia Felipini e Marcelo Araújo em 02/11/2008.