Dados gerais
Título
Entrevista com Rita Maria de Miranda Sipahi
Código da entrevista
C056
Entrevistados
Data da entrevista
01/11/2013
Resumo da entrevista
A entrevistada versou sobre as principais motivações pessoais que a sensibilizaram politicamente, levando-a anos mais tarde a se aproximar do Movimento Estudantil e da Ação Popular (AP) durante o período em que cursou Direito na universidade. Por conta do golpe, viu-se obrigada a deixar a cidade de Recife e mudar-se com seus filhos para São Paulo. Vivendo em situação de clandestinidade, foi presa em 1971 no Rio de Janeiro e transferida de volta para São Paulo, onde cumpriu sua pena em cárceres da repressão. Contou que ao sair da prisão, teve sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) retida por conta da prisão preventiva de seu então marido, o militante Antônio Othon Pires. Assim, criaram-se obstáculos para o exercício da profissão que por circunstâncias diversas só pode ser inaugurada em 2011, ano em que foi convidada para integrar a Comissão da Anistia do Ministério da Justiça. Enquanto ex-presa política e familiar de perseguido político, manteve contato com alguns advogados da resistência. Neste contexto, relembrou a vulnerabilidade na qual estes profissionais eram obrigados a trabalhar para defender seus clientes. Segundo Rita, os advogados da resistência eram grandes conhecedores dos meandros jurídicos, pois muitas vezes foram capazes de driblar as adversidades impostas pelo Estado de exceção. Concluiu seu testemunho fazendo um alerta sobre a questão da violência de Estado e a perpetuação da violência institucional, defendendo que a manutenção das estruturas políticas repressivas emana ainda hoje dos órgãos de segurança pública e que, portanto, esta estrutura deve ser revista à luz dos Direitos Humanos e do Estado de direito democrático.
Entrevistadores
Karina Alves
Duração (minutos)
69
Operador de câmera
Produtora João e Maria.doc
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
SIPAHI, Rita Maria de Miranda. Entrevista realizada para exposição temporária “Advogados da Resistência. O direito em tempos de exceção”. Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP. Entrevista concedida a Karina Alves em 01/11/2013.