Entrevista com Takao Amano
Título
Entrevista com Takao Amano
Código da entrevista
C087
Coleção
Entrevistados
Data da entrevista
10/06/2014
Resumo da entrevista
O entrevistado versou sobre os componentes intrínsecos ao seu cotidiano que o levaram a tomar consciência política e engajar-se. Segundo análise de Takao, a realidade social da comunidade de São Miguel Paulista, marcada pela exploração do trabalho operário, a experiência de movimentação política no Ensino Secundarista e a ação política desenvolvida por parte da Igreja Católica atuante em sua comunidade, fizeram-no despertar politicamente. Filiou-se então, a juventude do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e ingressou na Faculdade de Direito da USP, onde estabeleceu contato com membros da Dissidência Estudantil. No ano de 1966, integrou-se ao Agrupamento Comunista de São Paulo conduzido por Carlos Marighella e Joaquim da Câmara Ferreira e que pouco depois deu origem à Ação Libertadora Nacional (ALN). Como membro de um Grupo Tático Armado (GTA), Takao participou de diversas ações de guerrilha urbana conciliando, até 1968, a luta armada e a participação no Movimento Estudantil. Sua prisão ocorreu no dia 23 de setembro de 1969 na região dos Jardins em São Paulo ao lado de Carlos Lichtsztejn. Baleado, foi levado para o DOI-Codi/SP onde passou por sessões de tortura, que se seguiram no Hospital Militar do Cambuci. Seguiu então para o Deops/SP onde foi fichado e mantido até fevereiro de 1970. A respeito desta passagem, destacou a solidariedade entre os presos e os traumas deixados pela experiência de tortura, a insalubridade e o sofrimento alheio cotidianamente assistido. Sobre sua ida para o Tiradentes, relembrou a experiência de organização coletiva em prol de melhores condições para os presos. Após o período de prisão no Carandiru, foi solto em acordo de troca pela liberdade do embaixador suíço sequestrado. Seguiu para o exílio, onde permaneceu por oito anos transitando por diversos países. Concluiu seu testemunho refletindo sobre os aprendizados obtidos ao longo dos anos de luta e resistência e fez um balanço dos erros e acertos expressos pela juventude combativa dos anos 1960/70 da qual, integralmente fez parte.
Entrevistadores
Karina Alves | Ana Paula Brito
Duração (minutos)
155
Operador de câmera
André Oliveira
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
AMANO, Takao. Entrevista sobre presídios no contexto da ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Ana Paula Brito em 10/06/2014
Assuntos Temáticos
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