A Linha do Tempo da exposição de longa duração do Memorial da Resistência parte dos conceitos de controle, repressão e resistência para lançar um olhar sobre a memória política brasileira. Em um recorte temporal que tem início com a instauração da República (1889) e que se estende até o ano de 2008, quando o museu se preparava para abrir ao público, a cronologia explora os cruzamentos e efeitos desses três conceitos na história do país a partir da organização de eventos, fatos e imagens em alguns eixos temáticos:
Legislação
Apesar das leis serem instrumentos fundamentais para a garantia de direitos básicos, não foram raras as vezes que tornaram-se úteis ao Estado para o controle e a vigilância dos cidadãos. A Linha do Tempo regata parte deste histórico de decretos e legislações para evidenciar como governantes buscaram, em diferentes períodos, se valer de ferramentas jurídicas a fim de inibir a liberdade de expressão e o processo de construção democrática. O controle estatal atingiu seu auge no Brasil durante o Estado Novo (1937-1945) e também na Ditadura Civil-Militar (1964-1985), período quando foram adotados os Atos Institucionais.
Organizações políticas
Na forma de partidos, coletivos e/ou movimentos de ativismo, diferentes organizações assumiram o protagonismo do debate político no país. Seja liderando reinvindicações, manifestações e lutas de oposição na clandestinidade, ou então articulando estratégias de apoio ao governo vigente, as organizações políticas apresentadas na Linha do Tempo revelam os embates ideológicos e as forças antagonistas destes atores sociais na história brasileira.
Repressão
A repressão é empreendida pelos aparelhos do Estado a fim de obter o controle social e político de uma população, se valendo de estratégias antidemocráticas como a suspensão de direitos, a detenção de seus oponentes e a punição de movimentos de contestação à ordem vigente para impor o medo e o silêncio. Em tempos de ditadura, o Estado foi autor de práticas de violência deliberada e de graves violações de direitos humanos, mas os eventos apresentados na Linha do Tempo revelam que práticas repressivas como o Estado de Sítio, prisões, censura e banimentos foram também adotados em outros períodos.
Resistência
As práticas de resistência política variam de acordo com as circunstâncias históricas, as formas de governo ou os regime aos quais discordam, mas são entendidas como ações de oposição a uma força opressora. Na Linha do Tempo, o eixo reúne um conjunto de iniciativas individuais ou coletivas que se valem de diversas estratégias de organização, mobilização e propaganda para defenderem suas ideologias e irem contra a autoridade do Estado, principalmente aquele que conquistou o poder de forma ilegítima.