Largo General Osório, 66
Santa Ifigênia, São Paulo, SP
Telefone: 55 11 3335-5910
Entrada Gratuita
Aberto de quarta a segunda (fechado às terças), das 10h às 18h
faleconosco@memorialdaresistenciasp.org.br

60 anos do golpe militar: Confira a programação no Memorial da Resistência

Com o objetivo de preservar as memórias da Ditadura, o museu dedica o mês de abril às reflexões sobre o período

Créditos: Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP)

Há 60 anos, no dia 31 de março de 1964, tropas eram deslocadas em direção ao Rio de Janeiro, sob comando do general Olímpio Mourão Filho, dando início a um golpe militar contra o então presidente, João Goulart. Com os militares no poder, a Constituição vigente é rasgada, e os direitos antes garantidos por ela, dizimados, permitindo assim as violações, torturas, assassinatos, perseguições e desaparecimentos de pessoas consideradas uma ameaça para o Regime. 

Em 21 anos de controle e repressão, muitos ousaram lutar em nome da Democracia, e outros tantos, bastava a própria existência como afronta ao governo militar. Entre os que sobreviveram, a luta por Memória, Verdade e Justiça, bem como o fomento pela defesa da Democracia, dos Direitos Humanos e pela cultura da não-repetição segue pulsante e necessária mesmo 60 anos depois. 

Durante o período ditatorial, no edifício onde hoje é o Memorial da Resistência operava o Deops/SP, polícia política que prendeu e torturou inúmeras pessoas. A partir da demanda dos ex-presos políticos, o Memorial da Resistência nasceu em 2009 com um propósito: não deixar que os crimes e violações dos Direitos Humanos cometidos durante a ditadura não sejam esquecidos. 

Com o objetivo de preservar as memórias da Ditadura Civil-Militar (1964-1985), o Memorial da Resistência dedica a programação de abril às reflexões sobre o período. 

Confira: 

01 de abril
15h – 60 ANOS PÓS GOLPE MILITAR: Reflexão sobre o Brasil, democracia e Direitos Humanos

O Memorial da Resistência recebe o encontro 60 ANOS PÓS GOLPE-MILITAR: Reflexão sobre o Brasil, democracia e Direitos Humanos. Curadoria e mediação de Shellah Avellar, jornalista, escritora e expert em Gestão de Processos Comunicacionais. A mesa de debate buscará realizar uma discussão sobre os caminhos e os desafios rumo à uma verdadeira justiça de transição, além de tratar da urgência da reativação da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, e da reparação psíquica dos afetados pela Ditadura de 1964. Com a participação de: Adriano Diogo, Erico Lima Oliveira, Flávio de Leão Bastos, Dimitri Sales, Josafá Rehem, Odair Furtado.

A participação é gratuita e não precisa de inscrição.

06 de abril
10h e 14h30 | Lembrar é Resistir: Lugares de memória e Ditadura – Visita mediada “A memória preservada nas celas do Deops/SP”

Serão realizadas visitas mediada às antigas celas do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP), exposição permanente do museu, como parte da programação Lembrar é Resistir: Lugares de memória e Ditadura. Na programação, lugares de memória farão diferentes atividades simultâneas vinculadas às memórias da Ditadura Civil-Militar (1964-1985).

10h | Abertura da exposição “SOL FULGURANTE: Arquivos de vida e resistência

A exposição “Sol Fulgurante: Arquivos de vida e resistência” tem curadoria de Lorraine Mendes e apresenta a Coleção Alípio Freire, doada ao Memorial da Resistência por Rita Sipahi.

Formada por obras de ex-presos políticos da Ditadura Civil-Militar, desenvolvidas durante os anos 1960 e 1970 nos presídios do Estado de São Paulo, a coleção se conecta com obras contemporâneas de outros acervos cedidos à Pinacoteca.

A mostra acontece no edifício que sediou até 1983 o Deops/SP — Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo, e hoje é ocupado pelo Memorial da Resistência de São Paulo e Estação Pinacoteca.

A abertura acontece nesse sábado, 06 de abril, às 11h, no 2° andar. Na ocasião, teremos também uma performance de Marcel Diogo: “Nem tudo que vai pra parede é obra de arte”.

14h | Sábado Resistente – SOL FULGURANTE: Arquivos de vida e resistência

O encontro parte da exposição “Sol Fulgurante: arquivos de vida e resistência”, em cartaz a partir do dia 06 de abril na Pinacoteca Estação, a fim de discutir os atravessamentos entre os acervos dessa instituição e do Memorial da Resistência.

13 de abril
[ADIADO] 10h – Curso com Instituto Bixiga | ANATOMIA DO GOLPE: Lutas e Resistências dos Trabalhadores frente à plataforma social, econômica e cultural imposta pela Ditadura Militar no Brasil (1964-1985)

Desenvolvido pelo Instituto Bixiga, o encontro busca expor e discutir criticamente a plataforma social, econômica e cultural e as principais “reformas” antipopulares impostas ao longo do período da Ditadura Militar no Brasil, assim como debater as formas de lutas e resistências empreendidas pela classe trabalhadora contra esse processo.

O curso será ministrado pelos professores Dra. Danielle Franco da Rocha, Dr. Edimilsom Peres Castilho, Dr. Eribelto Peres Castilho.


16h – Sarau da Resistência: Núcleo Macabéa 

Atores e músicos da Núcleo Macabéa apresentam no espaço do Memorial da Resistência, no antigo espaço carcerário do Deops/SP, o Sarau da Resistência. Com música e leitura de poemas, serão homenageadas pessoas que resistiram ao período e que marcaram a luta em favor da democracia brasileira. A participação é gratuita e não precisa de inscrição.

24 de abril
10h – Colóquio Internacional | Direitos Humanos, Censura e Resistência na Literatura: Diálogos sobre Ditaduras Passadas e Presentes

Como parte da programação pública vinculada à exposição Ocupações Memorial: Resistências na PUC-SP, em cartaz no Memorial da Resistência, a proposta do Colóquio Internacional sobre Direitos Humanos, Censura e Resistência na Literatura tem como objetivo discutir sobre o papel da literatura frente às situações de censura e opressão, tanto nos momentos históricos do passado quanto da atualidade.

O evento ainda celebra os 50 anos da Revolução dos Cravos, movimento que aconteceu em Portugal, no dia 25 de abril de 1974, pondo fim a longa ditadura liderada por Antônio Salazar. Através desses diálogos, o colóquio busca ampliar o conhecimento sobre o papel da literatura como agente de resistência e defesa dos direitos fundamentais, em consonância com os desafios enfrentados nos tempos atuais.

A participação é gratuita e não precisa de inscrição.

26 de abril
14h – Resistência no cárcere: roda de conversa com MC KRIC CRUZ

A roda de conversa apresenta Cláudio Cruz, conhecido no universo artístico por MC Kric.

Kric é egresso do sistema carcerário e foi mantido na condição de preso comum durante parte do período da Ditadura. Obteve assim, passagem por diversos locais de encarceramento em São Paulo, incluindo o Deops/SP, convivendo, neste contexto, com presos políticos e agentes da repressão. Na roda de conversa, Kric abordará com o público sua história de vida a fim de refletir sobre direitos humanos no sistema penal e carcerário brasileiro.

A participação é gratuita e não precisa de inscrição.

27 de abril
10h – Resistências na PUC-SP — Ditadura Militar: Passado e Presente
Como parte da programação pública vinculada à exposição “Ocupações Memorial: Resistências na PUC-SP”, em cartaz no Memorial, o encontro abordará a atuação da Comissão da Verdade “Reitora Nadir Gouvêa Kfouri”, criada na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 2013, e o papel de alguns participantes no processo que conduziu ao golpe civil-militar em 1964, destacando especialmente a imprensa, a opinião pública e os militares.

A participação é gratuita e não precisa de inscrição.

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