Largo General Osório, 66
Santa Ifigênia, São Paulo, SP
Telefone: 55 11 3335-5910
Entrada Gratuita
Aberto de quarta a segunda (fechado às terças), das 10h às 18h
faleconosco@memorialdaresistenciasp.org.br

Diálogos Transatlânticos: A Experiência de Museus Dedicados à História e à Memória Política

Evento propõe diálogo entre os centros de referência do Memorial da Resistência e do Museu do Aljube, de Portugal

Nos dias 8 e 9 de setembro, o Centro de Referência do Memorial da Resistência promoveu o webinário Diálogos Transatlânticos: A Experiência de Museus Dedicados à História e à Memória Política em conjunto com o Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, de Portugal.

Debatendo o diálogo entre os acervos e a preservação da memória política, serão dois momentos de conversa com pesquisadores e testemunhos de ex-presos políticos de ambos os países. As duas mesas tratarão da constituição e organização de centros de pesquisa em museus, e da importância de seus acervos para a luta permanente em prol da verdade, da democracia e da justiça.

O evento é parte da programação da Agenda Bonifácio, que reúne e apresenta toda a programação cultural relativa ao Bicentenário da Independência do Brasil.

Além de representantes dos dois museus, as mesas contam com os seguintes convidados:

Takao Amano – Foi membro do Grupo Tático Armado (GTA) da Ação Libertadora Nacional (ALN), preso em 24 de setembro de 1969, ao lado do companheiro de militância Carlos Lichtsztejn na Alameda Campinas. Ambos foram baleados e posteriormente presos pela equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury, que os encaminhou para o DOI-Codi/SP onde foram presos e torturados. Durante o período no cárcere, passou pelo Hospital Militar de Área de São Paulo, Deops/SP, Presídio Tiradentes e Carandiru de onde saiu para ser libertado em 11 de janeiro de 1971 ao lado de outros 70 presos políticos em acordo de troca pelo sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher. No exílio, viveu no Chile, Cuba, Rússia e Hungria, regressando ao Brasil após promulgação da Lei de Anistia em 1979.

Margarida Maria do Amaral Lopes – Foi militante da Ala Vermelha e viveu em um aparelho da organização juntamente com outros companheiros. Na manhã de 31 de agosto de 1969, o aparelho foi cercado pela polícia política que a prendeu junto com seu companheiro de militância e namorado à época, Vicente Gomes Roig. Foi presa e torturada no Quartel General do II Exército (Doi-Codi) e depois no Deops/SP, onde permaneceu por aproximadamente dois meses, até ser transferida para o Presídio Tiradentes, somando seis meses de detenção. Logo após a soltura, se exilou na França onde já vivia sua irmã, também perseguida política. Ao longo dos quase nove anos em que viveu no país, trabalhou, estudo e envolveu-se com outros exilados políticos através do Comitê Brasileiro pela Anistia.

Enoir Oliveira da Luz – Gaúcho de Caxias do Sul, ex-sindicalista e ex-militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Fugiu da Ditadura Militar do Brasil em 1972, viveu na União Soviética e depois se instalou em Lisboa. Em terras portuguesa, teve papel importante no período da ditadura brasileira fazendo denúncia de prisões políticas, violações de direitos humanos e apoio aos brasileiros que conseguiram sair do país. Hoje ainda milita no Partido Comunista Português (PCP).

José Pedro Soares – Coordenador da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), nasceu a 14 de Março de 1950, em Cachoeiras, Vila Franca de Xira, e foi preso em 1 de Junho de 1973, aos 21 anos, e libertado na madrugada de 27 de Abril de 1974, em consequência da revolução de Abril. Esteve em Caxias e Peniche, espaço usado como prisão política durante o Estado Novo português, onde foi torturado. Foi julgado e condenado por pertencer à oposição democrática, ser membro do Partido Comunista Português e lutar contra a guerra colonial.

Diálogos Transatlânticos: Os centros de pesquisa em museus

Diálogos Transatlânticos: Mesa com ex-presos políticos

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