Em 2025, o Memorial da Resistência de São Paulo inaugura um novo capítulo em sua história: pela primeira vez desde sua abertura em 24 de janeiro de 2009, renova sua identidade visual. O gesto simboliza a transformação contínua de um espaço que, há 16 anos, preserva as memórias da repressão e resistência política no Brasil.
Primeiro museu dedicado às memórias da ditadura civil-militar (1964-85), o Memorial ocupa o edifício que abrigou por mais de 40 anos o Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops/SP), local de vigilância e repressão que atuou no período do regime militar e do Estado Novo (1937-45). Como lugar de memória, o Memorial da Resistência nasce da luta e da demanda da sociedade civil, articulada especialmente pelo Fórum Permanente de Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo.
A mobilização popular é objeto principal da nova identidade do Memorial da Resistência. Desenvolvida pela designer gráfica paulistana Elaine Ramos, busca referência na produção gráfica brasileira dos anos 60, e nos cartazes produzidos artesanalmente pelo movimento estudantil de maio de 1968. Mas, sobretudo, a nova identidade se inspira nos gritos públicos por Memória, Verdade e Justiça em faixas de protesto, que atravessam períodos históricos na ocupação das ruas em resistência à ditadura, e em defesa da democracia e dos direitos humanos.
Esta transição visual e institucional está alinhada ao novo Plano Museológico do Memorial da Resistência (2024-29), que reafirma sua missão: preservar as memórias da ditadura civil-militar brasileira e seus desdobramentos no presente, e acolher experiências de resistência em diálogo com a sociedade. Sua visão projeta um país que valoriza a luta por direitos a partir da construção de uma memória histórica coletiva, porque Lembrar é Resistir.
