O Memorial da Resistência inaugurou no dia 9 de março, às 11 horas, a exposição Resistências na PUC-SP, que apresenta o papel de luta e resistência na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) diante do autoritarismo, da violência e da censura da Ditadura Civil-Militar (1964-1985), instaurada há seis décadas.
A mostra lança um olhar sobre a história de resistência na universidade, que se tornou um importante espaço de luta em defesa da democracia durante o período. A exposição integra o projeto Ocupações Memorial, que articula diálogos transdisciplinares sobre a memória dos períodos autoritários no país e suas reverberações no presente.
Sobre a exposição
Foram vários os momentos em que a instituição se assumiu enquanto um suspiro de liberdade em meio ao caos instaurado pelo regime autoritário. A universidade acolheu os professores expulsos de outras instituições, acusados de subversão ao regime, inaugurou em 1965 o Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA) com a peça “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, e testemunhou Caetano Veloso cantando “É proibido proibir”, em 1968.
Essas e outras histórias são apresentadas em cinco eixos ao longo da exposição: Invasão da PUC-SP e a resistência à ditadura; Docentes, artistas e intelectuais acolhidos pela PUC-SP; Comissão da Verdade da PUC-SP Reitora Nadir Gouvêa Kfouri; Arte e resistência no TUCA; A defesa radical da democracia.
Apresentar este importante lugar de memória no prédio onde funcionou o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP) é, para o Memorial da Resistência, (re)conhecer o papel simbólico e histórico que espaços como esse, palco de eventos de resistência e repressão política, tem ao conectar o passado às reverberações no presente.