Série de vídeos da RESLAC reflete sobre memórias excluídas das narrativas hegemônicas na América Latina e Caribe
O projeto Memórias Invisibilizadas é uma iniciativa da RESLAC – Rede Latinoamericana e Caribenha de Lugares de Memória que busca refletir sobre as memórias excluídas das narrativas hegemônicas na América Latina e Caribe.
Durante 2021, os membros da RESLAC, todos eles representantes de lugares de memória em seus países, dedicaram-se a produzir uma série de pequenos vídeos sobre três grupos que se tornaram particular e historicamente invisibilizados na região: povos indígenas, afrodescendentes e migrantes. Com foco não apenas na forma como suas memórias foram apagadas das histórias de violência no passado recente, mas também no presente, os vídeos abordam como esses grupos se inserem nos roteiros, conteúdos e materiais dos sítios de memória da rede e de toda a região.
A cada segunda, quarta e sexta há um novo lançamento. Acompanha a programação!
Argentina
Leandro Bartolomeo (Museu da Memória da cidade de Rosário), e Claudia Gotta (Secretaria de Povos Nativos) ressalta a importância de promover políticas que ampliem a voz de populações invisibilizadas na Argentina.
Brasil
Oswaldo Santos e César Rodrigues (Núcleo Memória) refletem sobre a enorme trajetória de resistência dos povos indígenas e afro-brasileiros e de que forma essas memórias estão presentes na programação de ambas as instituições. Ana Pato, coordenadora do Memorial da Resistência, fala sobre como a história dos movimentos negros está presente nas ações promovidas pelo museu.
Thiago Haruo Santos apresenta o trabalho do Museu da Imigração de São Paulo, enfatizando o conceito de migrantes – nacionais e internacionais, o que tem permitido uma abertura maior à pluralidade de memórias para além das provenientes do continente europeu.
Peru
José Ramos López e Noemí Cabana Sosa (Centro Loyola Ayacucho) refletem sobre a violação da população indígena peruana, que representa quase 60% das vítimas do Conflito Armado Interno do país.
Guatemala
Julio Solorzano (Memorial para la Concordia) fala sobre a situação dos maias no país, 80% das vítimas do conflito armado local (1960-1986). Atualmente, estes povos seguem abandonados pelo Estado e resistem /às atuais políticas de repressão.
Chile
Soledad Castillo Gómez (Villa Grimaldi), analisa a violação dos direitos dos povos indígenas tanto durante a criação do Estado – na ocupação de seus territórios – como no período da ditadura civil-militar chilena.
Uruguai
O vídeo apresenta a história de Silvia González Cardozo, Sirley Pérez Morán, Agueda Sánchez, Oscar Sánchez e Loreley Velazquez, residentes de Medio Mundo, Barrio Reus al Sur, no Uruguai. Pertencentes a uma comunidade afro próxima do centro de Montevideo no final dos anos 70, relatam como foram expulsos para bairros na periferia da cidade durante a ditadura militar.