Dados gerais
Nome completo
Antônio Carlos Monteiro Teixeira
Cronologia
1944-1972
Gênero
Masculino
Codinome
Antônio da Dina | Heitor Sales | João Goiano
Perfil histórico
Familiares de mortos e desaparecidos políticos | Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Nascido na cidade de Ilhéus (BA), Antônio Carlos Monteiro Teixeira estudou Geologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. Seu nome consta na lista de alunos que perderam a matrícula no ano de 1969, por conta da militância política nos anos de 1967 e 1968. Casou-se com sua colega Dinalva Oliveira Teixeira no ano de 1969, quando ambos se mudaram para o Rio de Janeiro. Teve sua prisão decretada pela 6ª Circunscrição Judiciária Militar e, posteriormente, foi condenado à revelia a uma pena de 16 meses de prisão. Passou a viver na clandestinidade, deixando o Rio de Janeiro em direção ao sudeste do Pará em maio de 1970. Militantes do PCdoB, Antônio Carlos e Dinalva se instalaram na região de Caianos, onde fariam treinamento para integrar o Destacamento C da guerrilha. Antônio Carlos foi vítima de desaparecimento forçado durante a operação Papagaio. Realizada entre 18 de setembro a 10 outubro de 1972, esta operação teve como objetivo alijar da área os guerrilheiros que ali atuavam, sendo realizada com a utilização de força militar ostensiva, comportando operações de contra guerrilha, ocupação de pontos e suprimento da tropa pelo ar, bem como pela execução de Operações Psicológicas e Ações Cívico-Sociais. Foram empregadas unidades oriundas de diversos comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, sob o comando geral da 3ª Brigada de Infantaria, contando ainda com a participação conjunta de elementos do Centro de Informações do CIE, CISA e Cenimar. Os acontecimentos que resultaram na morte de Antônio Carlos podem ser encontrados no Relatório Arroyo e em Diário de Maurício Grabois. Em entrevista ao jornal Opção, em junho de 2012, o sargento José Manoel Pereira afirmou que participou do evento que culminou na morte de José Toledo de Oliveira, Antônio Carlos Monteiro Teixeira e Francisco Manoel Chaves. O militar declarou que ele estava no comando do grupamento composto por seis soldados quando cruzaram com os militantes na Região do Pau Preto. Após troca de tiro contra os três guerrilheiros, que morreram, os seis militares teriam deslocado os corpos a um rancho de um homem também chamado José Pereira. No dia seguinte, os corpos foram carregados, em um helicóptero da Aeronáutica, para a Base Militar de São Geraldo do Araguaia (PA). Ao detalhar as “ações mais importantes realizadas pelas peças de manobra”, o relatório da Manobra Araguaia, assinado pelo General Antônio Bandeira, registra a morte desses três guerrilheiros como resultado de uma “ação de emboscada” em 26 de setembro de 1972. O documento fornece também informações sobre a localização do episódio que corroboram o relato de José Manoel Pereira. Além disso, há uma observação consignando que, no evento, foi apreendida “farta documentação subversiva abordando tópicos de doutrina, observações a respeito da tropa que os perseguia, além de detalhados croquis sobre a parte da área de operação”. Nesse sentido, o livro Dossiê ditadura faz referência ao depoimento do sobrevivente da Guerrilha Dower Morais Cavalcanti à 1ª Vara da Justiça Federal sobre o período em que esteve preso no Pará. Dower afirma que foi convocado pelo General Bandeira a comparecer na base de Xambioá (TO), e que lhes foram exibidas fotos de José Toledo de Oliveira, Francisco Manoel Chaves e Antônio Carlos Monteiro Teixeira mortos. O ex-guerrilheiro também alega ter visto seus corpos enterrados em uma vala comum no cemitério de Xambioá (TO) e diversos documentos que seriam dos seus companheiros, como uma carta de Francisco Manoel Chaves à Comissão Militar da guerrilha. Em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil pela desaparição de 62 pessoas na região do Araguaia no caso Gomes Lund e outros (“Guerrilha do Araguaia”) vs. Brasil, entre elas, Antônio Carlos.
Nome do familiar morto e/ou desaparecido
Dinalva Oliveira Teixeira
Familiares
Assuntos: Eventos
30º Congresso da UNE/Congresso de Ibiúna | Guerrilha do Araguaia | Operação Papagaio | Condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direito Humanos - Caso Gomes Lund