Dados gerais
Nome completo
João Carlos Haas Sobrinho
Cronologia
1941-1972
Gênero
Masculino
Codinome
Juca
Perfil histórico
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Organizações estudantis universitárias | Partido Comunista do Brasil
Biografia
João Carlos viveu sua infância na região do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul. Em 1963, foi presidente da Federação dos Estudantes da UFRGS (FEURGS) e do Centro Acadêmico Sarmento Leite, de sua faculdade. Foi também presidente da União dos Estudantes do Estado o Rio Grande do Sul (UEE-RS). Logo após o Golpe de 1964, João Carlos foi deposto e preso sob a acusação de “esquerdista”. Depois de sua prisão e com a ameaça de cassação do seu registro na Faculdade de Medicina, houve grande mobilização dos professores e estudantes. A Congregação da universidade o reintegrou, permitindo que concluísse o estágio obrigatório na Santa Casa de Porto Alegre e no Hospital Ernesto Dornelles. Em janeiro de 1966, foi para São Paulo e, de lá, com um grupo de militantes comunistas, foi à China fazer curso de treinamento de guerrilha, em Pequim. Até 1968 manteve contato com sua família, depois passou a viver na clandestinidade. Ao regressar ao Brasil, morou em Porto Franco (MA), município próximo à rodovia Belém-Brasília, onde montou um pequeno hospital. Com o crescimento das operações de repressão à guerrilha urbana nas grandes cidades brasileiras, em 1969, os órgãos de segurança do regime militar, por equívoco ou contrainformação, publicaram sua foto como sendo participante de um assalto, o que obrigou Haas a se mudar às pressas de Porto Franco, apesar dos protestos da população local, que o tinha em alto apreço. Foi viver nas margens do Araguaia, onde adotou o codinome Juca. Na guerrilha, era o responsável pelo serviço de saúde.
O Relatório Arroyo registra que João Carlos morreu em 30 de setembro de 1972, nas redondezas da área do Franco, por uma rajada de tiros de militares. A documentação militar acerca do assunto aponta João Carlos apenas como desaparecido ou morto. O Relatório do Ministério do Exército, de 1993, citado pelo livro da CEMDP, afirma que ele teria desaparecido em 1972. Já no Relatório do Ministério da Marinha do mesmo ano, ele consta como morto em Xambioá. O Relatório do Centro de Informações do Exército (CIE), de 1975 , ratifica sua morte no ano de 1972. Em 2010, a Corte
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou o Brasil pelo desaparecimento de 62 pessoas na região do Araguaia no caso Gomes Lund e outros (“Guerrilha do Araguaia”) vs. Brasil, dentre elas está João Carlos.
Ano(s) de prisão
1964