Dados gerais
Nome completo
Marilena Villas Boas Pinto
Cronologia
1948-1971
Gênero
Feminino
Codinome
Índia | Sílvia | Cândida
Perfil histórico
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Ação Libertadora Nacional | Movimento Revolucionário 8 de Outubro
Biografia
Nascida no Rio de Janeiro, Marilena Villas Boas Pinto foi aluna do curso de psicologia da Universidade Santa Úrsula, nessa mesma cidade. Passou a viver na clandestinidade em decorrência de sua participação no movimento estudantil e abandonou os estudos quando cursava o segundo ano, em 1969. Iniciou sua militância política na Ação Libertadora Nacional (ALN), e depois ingressou nas fileiras do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Marilena Villas Boas Pinto morreu em 3 de abril de 1971, em circunstâncias ainda não esclarecidas. Ela teria sido ferida em tiroteio, ocorrido na rua Niquelândia, bairro de Campo Grande, quando se dirigia a um “aparelho” da organização com Mário de Souza Prata. Ferida, Marilena teria sido levada ao Hospital Central do Exército (HCE), lugar onde morreu algumas horas depois. A notícia do tiroteio e da morte dos militantes só foi divulgada dois meses depois de ocorrido o suposto tiroteio. Apesar de tratar-se de uma violenta ação policial, não foi encontrado documento com a perícia do local que comprove o suposto tiroteio na rua Niquelândia. Documentos confidenciais do Cenimar provam que Marilena já era monitorada pelos órgãos de segurança em janeiro de 1971. A certidão de óbito de Marilena, assinada pelo médico Rubens Pedro Macuco Janine, em 8 de abril de 1971, registra como causa da morte “ferimento penetrante de tórax com lesões do pulmão direito e hemorragia interna”. Marilena teria morrido no HCE e seu corpo entregue à família, depois de muitas dificuldades, cinco dias depois da data da morte, em caixão lacrado, sendo enterrada no Cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro. Durante o enterro, militares à paisana intimidaram familiares e amigos. O depoimento de Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte de Petrópolis, entregue ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em 5 de setembro de 1979,8 permitiu esclarecer, em parte, as circunstâncias da morte de Marilena. De acordo com o testemunho de Inês, ratificado para a CEMDP em abril de 1997,9 quando estava internada no HCE ouviu de um médico que Marilena teria chegado já sem vida àquele hospital. Mais tarde, o carcereiro da Casa da Morte, “doutor Pepe”, disse a Inês que Marilena ali estivera e que “havia morrido na mesma cama de campanha” que ela ocupava. O jornalista Elio Gaspari, em seu livro A ditadura escancarada, narrou os fatos relacionados à morte de Marilena Villas Boas, conhecida pelos codinomes de Índia, Sílvia e Cândida, e de Mário de Souza Prata, citando o trecho de um documento até então inédito. Segundo essa informação, “[...] Marilena Villas Boas Pinto, a Índia do MR-8, foi entregue ao DOI, e é possível que a tenham levado para Petrópolis. Mataram-na com um tiro no pulmão”.
Ano(s) de prisão
1971