Dados gerais
Nome completo
Milton Soares de Castro
Cronologia
1940-1967
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Nascido no Rio Grande do Sul, Milton Soares de Castro era natural de Santa Maria e trabalhava como operário metalúrgico em Porto Alegre (RS). Nesse período, vinculou-se ao Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) e se integrou à guerrilha do Caparaó, região de fronteira entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Milton morreu no dia 28 de abril de 1967. Ele completaria 27 anos de idade quando foi morto por agentes do Estado. De acordo com a falsa versão, Milton Soares teria cometido suicídio, por enforcamento, enquanto estava preso na Penitenciária Estadual de Linhares, Juiz de Fora (MG). Milton e outros doze guerrilheiros ocuparam a Serra no início de 1967 com o objetivo era mapear o local para organizar o treinamento dos guerrilheiros que seriam deslocados posteriormente. No dia 1º de abril de 1967, todos eles foram presos por agentes da Polícia do Exército e conduzidos para a Penitenciária Estadual de Linhares, em Juiz de Fora. Nessa instituição, de acordo com o depoimento de presos políticos que ali se encontravam, Milton teve uma acalorada discussão com o major Ralph Grunewald Filho e, após esse episódio, foi recolhido para uma cela isolada. No dia seguinte, 28 de abril de 1967, Milton apareceu morto. De acordo com a versão divulgada, Milton teria cometido suicídio, enquanto estava isolado. O laudo necroscópico, assinado por Nelson Fernandes de Oliveira e Marcus Antônio Nagem Assad, confirma a versão da morte por enforcamento. Os médicos descrevem a existência de algumas equimoses nas pernas de Milton, sobretudo na região dos joelhos. A versão do suicídio foi prontamente contestada pelos companheiros de Milton. Conforme consta no “Dossiê ditadura: mortos e desaparecidos políticos no Brasil (1964-1985)”, Gregório Mendonça, que também foi preso na Serra do Caparaó, afirmou que Milton foi submetido a longo interrogatório na noite que antecedeu sua provável morte sob torturas. Ainda de acordo com Gregório, Milton foi colocado dentro da cela envolto em um lençol, não sabendo informar se Milton já estava morto ou se morrera depois. No ano de 2002, 35 anos após o desaparecimento de Milton Soares, o jornal Tribuna de Minas publicou matéria contestando a versão divulgada pelo Estado à época dos acontecimentos. De acordo com a reportagem, assinada pela jornalista Daniela Arbex, o corpo de Milton teria sido, na verdade, sepultado no Cemitério Municipal de juiz de Fora, na sepultura de número 312, quadra L. Ainda de acordo com a matéria, Milton teria sido enterrado às 14 horas do dia 29 de abril de 1967, conforme indica o livro de óbito desse cemitério. Apesar das informações apresentadas pela reportagem da Tribuna de Minas, os familiares optaram por não realizar a exumação dos restos mortais. Diante da morte e ausência de identificação plena de seus restos mortais, a Comissão Nacional da Verdade entende que Milton Soares de Castro permanece desaparecido.
Ano(s) de prisão
1967
Tempo total de encarceramento (aprox.)
28 dias