
2 de agosto
14 horas
Atividade gratuita
Auditório (5º andar)
A próxima edição do Sábado Resistente abordará como o teatro possui um papel histórico de denúncia, crítica social e articulação política, seja através de espetáculos, seja por seus espaços físicos. O encontro propõe traçar paralelos entre a resistência teatral durante a ditadura militar e as lutas atuais contra a especulação imobiliária, a censura e o subfinanciamento da cultura.
Contribuindo com o debate, contaremos com a participação de Izaías Almada, diretor de teatro, escritor e ex-preso político, que atuou na resistência à ditadura militar. Em 1999, Izaías escreveu a peça Lembrar é Resistir, encenada nas dependências do antigo DEOPS/SP. Um trecho da filmagem da peça será exibido durante o evento.
Realizada em parceria com o Núcleo Memória, a programação dos Sábados Resistentes em 2025 tem como tema central “Brasil que Resiste: Lugares de Memória e Lutas por Justiça”, destacando a importância dos lugares de memória como espaços de preservação da história e de mobilização social.
A atividade não precisa de inscrição.
Convidados
Izaías Almada: Diretor de teatro, escritor e roteirista. Atuou em importantes montagens como Arena Conta Zumbi (1966) e O Inspetor Geral, sob direção de Boal, e integrou a Companhia de Teatro Paulo Autran. Preso político durante a ditadura militar, teve sua trajetória marcada pelo compromisso com a arte como instrumento de crítica e transformação social. É autor de diversas peças, romances e roteiros cinematográficos, destacando-se Lembrar é Resistir (1999), encenada nas dependências do antigo DEOPS/SP, e a peça Pai (2001), sobre desaparecidos políticos. Recebeu o Prêmio Vladimir Herzog de Jornalismo com a peça Uma Questão de Imagem (1995) e publicou, entre outras obras, Teatro de Arena: uma estética de resistência (Boitempo, 2004) e Boal: Embaixador do Teatro Brasileiro (2019). Também tem atuado como professor, crítico teatral e colaborador em revistas e blogs culturais.
Marcos Felipe: Ator, jornalista e arte educador. Responsável pela produção geral da Cia. Mungunzá de Teatro e do Teatro de Contêiner Mungunzá. Pesquisa a função do Encenador no teatro contemporâneo com foco no espaço cênico, cenografia e performance.
Cafira Zoé: Poeta, atriz e cantora, ensaísta, dramaturga, pesquisadora autônoma e artista transmídia. Pesquisa as forças contra-coloniais nas dissidências de gênero, sexualidade e nas relações multiespécie. É Mestre em Psicologia Clínica e Estudos da Subjetividade com a dissertação “cerca não prende rio”. Entrou para o Teat(r)o Oficina em 2015. Co-fundadora do arquivo mangue, indicado ao Prêmio Pipa 2024. É sapatão trinca-gênero e transfeminista.
Camila Mota: Atriz, dramaturga, diretora, produtora, compositora, cantora, e artista visual. Entrou para o Teat(r)o Oficina em 1997 e foi a primeira mulher a dirigir um espetáculo da companhia, com “Mutação de Apoteose” (2023-2024), abrindo caminhos para as novas direções e trabalhos do grupo. Dirigiu o espetáculo de abertura da FLIP (2019) e a Noite de Gala do Circo no Theatro Municipal de SP (2024). É diretora da produtora Cabra Filmes e co-fundadora do arquivo mangue, coletivo de artes visuais expandidas, indicado ao Prêmio Pipa 2024.
Dulce Muniz: Atriz, diretora e militante histórica do teatro e da luta política. Nascida em São Joaquim da Barra (SP), iniciou sua carreira no Teatro de Arena de São Paulo com Augusto Boal, Cecília Thumin e Heleny Guariba. Atuou no movimento estudantil e foi presa política durante a ditadura militar, como integrante do Partido Operário Revolucionário Trotskista (PORT). Atuou no Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado de São Paulo (SATED-SP), contribuindo para a conquista da regulamentação da profissão de artista. É fundadora e diretora da companhia Teatro Studio Heleny Guariba e segue ativa na Cooperativa Paulista de Teatro, na luta por políticas públicas culturais.



