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Assassinato de Carlos Marighella completa 52 anos

De deputado federal a ícone revolucionário, o guerrilheiro lutou contra a repressão do Estado Novo (1937-1945), de Getúlio Vargas, e a ditadura civil-militar (1964-1985)

Crédito: Acervo Memórias da Ditadura

Hoje, dia 04 de novembro, completa 52 anos da morte de Carlos Marighella, assassinado por agentes do DEOPS-SP em uma emboscada coordenada pelo delegado Sérgio Fleury em São Paulo.

Nascido em Salvador, em 1911, Marighella filiou-se ao PCB (Partido Comunista Brasileiro) e teve sua primeira acusação de subversão na Ditadura Vargas, culminando em duas prisões seguidas de tortura, até ser libertado com benefício da anistia em 1945.

Após liberto, tornou-se deputado federal pela Bahia em 1964 e, no mesmo ano, com o golpe civil-militar, acabou perdendo seu mandato e foi colocado na clandestinidade pelo Governo Dutra. Em maio do mesmo ano, Marighella foi baleado à queima-roupa no peito e preso dentro de um cinema localizado no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. Foi libertado em 1965, por decisão judicial, dando início ao processo de luta armada.

Considerado inimigo número 1 pelos militares, o notório contraventor fundou em fevereiro de 1968 o grupo armado Aliança Libertadora Nacional, mais conhecido como ALN, após ser expulso do Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1967, por divergências políticas.

A organização foi responsável pelo sequestro do embaixador estadunidense Charles Elbrick, em setembro de 1969, numa ação conjunta com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) que teve como intuito promover a troca do embaixador pela liberdade de 15 presos políticos.

Algumas semanas mais tarde, no dia 04 de novembro de 1969, foi vítima de uma emboscada na Alameda Casa Branca. A morte foi divulgada oficialmente como resultado de um tiroteio e, em reconhecimento da ação, 43 policiais envolvidos foram promovidos por “bravura”. Hoje, na altura do n. 800 da via, uma pedra instalada na calçada homenageia Marighella. O logradouro é um dos 190 lugares de memória inventariados pelo Programa Lugares da Memória, parte do acervo do Memorial.

Somente em 1996 o Estado brasileiro reconheceu a morte de Carlos Marighella como um ato de execução por parte do Estado autoritário e, em 2012, recebeu anistia póstuma após apurações da Comissão Nacional da Verdade.

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