Resumo da entrevista
O entrevistado relatou sobre o desenvolvimento de sua militância, iniciada em 1963 no Rio de Janeiro através do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Inserido no meio estudantil e como integrante da Dissidência, tornou-se membro do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) em meados de 1968. Além das ações de militância que desenvolvia, Álvaro trabalhava para um grande jornal da cidade quando foi preso em fins de 1969. Paralelo ao contexto de sua ação política e profissional discorreu acerca de sua relação com o futebol, esporte com o qual tem forte ligação desde criança. Durante a Copa de 1970, embora tenha torcido a favor do Brasil, afirmou que tinha consciência do uso do esporte como instrumento de apoio a ditatura e isso gerava nele um sentimento ambíguo, fazendo-o torcer de forma contida, pois ideologicamente se reprimia por este sentimento. Sobre a participação do ex-técnico João Saldanha à frente da seleção, Álvaro considerou um ato de coragem o fato de um comunista declarado ter se disposto a assumir tal cargo no período mais intenso de repressão política no país.
