José Raimundo da Costa
Nome completo
José Raimundo da Costa
Cronologia
1939-1971
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Ex-sargento da Marinha, participou ao lado de Carlos Lamarca da Guerrilha do Vale do Ribeira (SP). José Raimundo era bastante perseguido, tanto por ser dirigente da VPR, como por sua antiga participação no movimento dos marinheiros, em 1964. Teve a prisão preventiva decretada pela 2ª Auditoria da 2ª Região Militar em 1969. Foi morto aos 32 anos de idade, no Rio de Janeiro (RJ), em 5 de agosto de 1971, após ter sido preso e torturado no DOI-CODI/RJ. Depoimentos de militantes políticos afirmaram que José Raimundo da Costa foi preso em São Paulo (SP) e conduzido ao Rio de Janeiro (RJ). Entretanto, na falsa versão divulgada à época, José Raimundo teria morrido após reagir a elementos do Serviço de Segurança do Exército, no dia 5 de agosto de 1971, no Rio de Janeiro (RJ). Em um documento do DOPS/RJ, produzido no mesmo dia, o comissário Jayme Nascimento descreveu a falsa versão de tiroteio para a morte de José Raimundo da Costa, registrada como “encontro de cadáver de elemento subversivo. Morte por reação à prisão”, em uma travessa próxima à rua Otacílio Nunes, em Pilares (RJ). Essa versão, no entanto, revelou-se falsa, após ser confrontada com documentos oficiais, a exemplo do registro de entrada do IML de José Raimundo e da perícia de local do ICE/RJ, além do depoimento de Inês Etienne Romeu, ex-presa política, sobre sua prisão na Casa da Morte de Petrópolis. A certidão de óbito registra a falsa versão de morte em tiroteio. Nesse sentido, há uma ficha dactiloscópica, de 5 de agosto de 1971, que registra a entrada do corpo de José Raimundo no IML/RJ com o nome de Odwaldo Clóvis da Silva. A despeito de já ter sido identificado e conhecerem o seu nome verdadeiro, a necropsia também foi lavrada com essa falsa identidade pelos legistas Hygino de Carvalho Hercules e Ivan Nogueira Bastos, que deram aval à falsa versão dos fatos. No quesito do documento, em que consta pergunta sobre se a morte teria ocorrido por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou por outro meio insidioso ou cruel, os legistas responderam que o item estava “prejudicado”. Os peritos que examinaram o local de morte registraram que os pulsos da vítima apresentavam hematomas. As marcas das algemas que prenderam seus pulsos são evidentes mesmo ao examinar-se a foto. José Raimundo foi uma das vítimas do policial infiltrado José Anselmo dos Santos, o “Cabo Anselmo”, que narrou, em documentos localizados no Deops/SP, o contato com o dirigente da VPR. Anselmo tinha interesse na eliminação de José Raimundo para, na sequência, assumir posição de dirigente na VPR, e assim controlar os demais militantes. O denominado Relatório de Paquera, elaborado por Anselmo, descreveu o contato prévio que teve com vítimas que seriam, posteriormente, executadas. O contato de “Cabo Anselmo” com José Raimundo foi uma das ações do agente infiltrado relacionadas à eliminação de membros da VPR, que culminariam no massacre da Chácara São Bento, em Pernambuco, em 1973.
Ano(s) de prisão
1971
Cárceres
Assuntos: Eventos
Assuntos: Lugares
Assuntos Temáticos
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