Ranúsia Alves Rodrigues
Nome completo
Ranúsia Alves Rodrigues
Cronologia
1945-1973
Gênero
Feminino
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Partido Comunista Brasileiro Revolucionário | União Nacional dos Estudantes
Biografia
Ranúsia nasceu em Pernambuco e era estudante de enfermagem na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). No meio estudantil, envolveu-se com o diretório acadêmico e se aproximou do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Foi presa pela primeira vez no XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado em Ibiúna (SP), em outubro de 1968. No ano seguinte, foi expulsa da Faculdade de Enfermagem por aplicação do Decreto-Lei nº 477/69. Passou, então, a viver na clandestinidade e, em 27 de agosto de 1969, teve uma filha que recebeu o nome de Vanuzia. A partir de outubro de 1972, começou a atuar no Rio de Janeiro. Ranúsia Alves Rodrigues foi morta no dia 27 de outubro de 1973, com Vitorino Alves Moitinho, Ramires Maranhão do Valle e Almir Custódio de Lima, todos militantes do PCBR, no episódio que ficou conhecido como “Chacina da Praça da Sentinela” ou “Chacina de Jacarepaguá”, em operação comandada por agentes do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI/CODI) do I Exército. Inicialmente, os jornais do dia 29 de outubro de 1973 noticiaram a morte de dois casais que teriam sido metralhados em Jacarepaguá, mas não forneceram a identificação das vítimas. Somente na edição de 17 de novembro de 1973 foi divulgada uma nota informando que quatro “terroristas” tinham sido mortos em tiroteio com as forças de segurança, na praça da Sentinela, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Em decorrência do tiroteio, o carro no qual os militantes se encontravam teria se incendiado, e os corpos de três militantes teriam sido carbonizados dentro do veículo. Documento localizado pela Comissão Estadual da Memória e da Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC) indicou que Ramires e Almir tinham sido detidos antes de morrerem. Trata-se de análise produzida pelo Centro de Informações do Exército (CIE), no ano de 1974, sobre a situação operacional dos grupos que aderiram à luta armada no Brasil. No trecho dedicado ao PCBR consta que, no final de outubro de 1973, o DOI-CODI do I Exército vigiou permanentemente as atividades de Almir Custódio de Lima, o que possibilitou a identificação também de Ramires do Valle e Ranúsia Alves. O relatório informa, ainda, que os três foram presos e submetidos a interrogatórios. De acordo com o documento, na “cobertura do ponto acima mencionado ocorreu violento tiroteio, quando morreram Ramires, Almir, Ranúsia e Vitório (sic) Alves Moutinho – ‘Branco’, ‘Doido’, este último que entrara no ponto”. Por fim, em depoimento prestado em 1996, o companheiro de militância de Ramires, Antônio Soares Filho, que reconheceu o corpo de Ranúsia e de Ramires, desmentiu que houvesse um encontro do PCBR na região de Jacarepaguá no dia 27 de outubro de 1973, o que reforça a hipótese de que a cena foi forjada pelos órgãos de segurança. Os quatro militantes mortos foram enterrados sem identificação, como indigentes, no cemitério de Ricardo de Albuquerque, no Rio de Janeiro. Os restos mortais de Ranúsia não foram localizados e identificaram até hoje.
Ano(s) de prisão
1973
Assuntos Temáticos
MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS > ALMIR CUSTÓDIO DE LIMA | DITADURA CIVIL - MILITAR NO BRASIL | ÓRGÃOS DE REPRESSÃO POLÍTICA > DOI/I EXÉRCITO | HISTÓRIA DO BRASIL | JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO | MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS | VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS > OCULTAÇÃO DE CADÁVERES | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS | ÓRGÃOS DE REPRESSÃO POLÍTICA | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO REVOLUCIONÁRIO | MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS > RAMIRES MARANHÃO DO VALE | VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS | MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS > VITORINO ALVES MOITINHO