A distância entre morar e sonhar

Na Zona Leste, onde moram as mulheres negras?

O podcast produzido por Tatiane Natalino e Joá Bitencourt, narra as histórias de Marta, Rosária e Fátima, mães de Raquel, Claúdia e Karla, moradoras de conjuntos da COHAB em São Paulo. A partir das memórias de três gerações, a filha de Cláudia e neta de Rosária investiga como classe, raça e gênero moldam o acesso á moradia e o direito á cidade, revelando as marcas da ditadura e violações de direitos que persistem.

Na esperança dos financiamentos e acessibilidades dos programas habitacionais municipais da cidade de São Paulo, uma delas herda, mas não acessa. Outra possui, mas não mantém e a última acessa e possui, mas vivencia nesse ambiente as mesmas opressões comuns à periferia. Todas elas, vivas e mortas, viveram o comum dia a dia de quem lá mora: insegurança, violência, exposição infantil ao tráfico, coação policial e a favelização vertical higienista. A quem e ao que servem os conjuntos habitacionais paulistanos?

A série A distancia entre morar e sonhar é resultado da quarta edição do edital Memórias do Presente: Comunicação em Direitos Humanos, que teve como tema São Paulo negada: o (não) direito à cidade.

Ouça nas principais plataformas de áudio:

Episódio 1 – Karla

Narrado por Karla, filha de Fátima, acompanhamos a conquista de sua mãe ao obter um apartamento na COHAB, no bairro Bandeirantes. No entanto, o peso da maternidade solo e a luta para sustentar os filhos a levaram a desocupar o imóvel, que acabou indo a leilão, permanecendo fechado, sem moradores e tomado por dívidas.

Episódio 2 – Raquel

Neste episódio, Raquel, filha de Marta, conta a trajetória de luta pela permanência em um conjunto habitacional na Cidade Tiradentes, onde viveu por anos ao lado da mãe. Em meio às alegrias da moradia própria, emergem também as marcas das desigualdades que atravessam as periferias, como as condições precárias de trabalho enfrentadas por Marta até a velhice.

Episódio 3 – Cláudia (parte 1 e 2)

No episódio 3, em duas partes, acompanhamos Cláudia, que herdou a casa da mãe, Rosária, em um conjunto habitacional próximo ao Cidade Líder. Após a morte dela, aos 39 anos, Cláudia e o irmão não tinham orientação para entender o processo de regularização da moradia, colocando em risco o direito ao imóvel.