Dados gerais
Título
Entrevista coletiva com Áurea Moretti Pires; Edson J de Senne
Código da entrevista
C029
Coleção
Exposições > Exposição Itinerante Lugares da Memória - Resistência e Repressão em Ribeirão Preto
Entrevistados
Data da entrevista
16/05/2013
Resumo da entrevista
Os entrevistados apresentaram suas trajetórias ligadas ao movimento de resistência política, desenvolvida por ambos, na região de Ribeirão Preto e arredores. Compartilharam memórias ligadas ao desenvolvimento e atuação comunista na região, protagonizada por trabalhadores rurais, operários e estudantes, contextualizando diversos lugares da cidade de Ribeirão que foram palco de ações de resistência popular. Segundo relato de Áurea e Edson, Ribeirão Preto representou um polo aglutinador no interior paulista no desenvolvimento de ações de resistência. A experiência de Edson apontou para uma militância ligada ao movimento estudantil em um período antecedente ao golpe, quando estavam em voga as reformas de base propostas pelo governo de João Goulart. Embora não tenha se envolvido diretamente com nenhuma organização de esquerda, Edson desenvolveu ações de resistência ligadas à produção literária como cronista, defendendo suas convicções políticas democráticas. Em função de ações particulares de oposição ao regime e apoio indireto à militância organizada, Edson sofreu dois processos de prisão em 1964 e em 1969, tendo sido torturado nestas ocasiões. Áurea testemunhou a respeito da luta direta que encampou através das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN) e relembrou episódios marcantes em sua trajetória de militância e prisão. Trouxe em detalhes o contexto de surgimento do jornal “O Berro”, elaborado e distribuído por integrantes da organização e abordou a participação decisiva da igreja na região de Ribeirão Preto em oposição às ações violentas da repressão. Apontou a excomunhão de agentes da repressão de Ribeirão pela Igreja Católica como um ato decisivo para reduzir a tortura de presos políticos na cidade. Por fim, Edson retomou uma frase emblemática elaborada por Áurea, que afirmava, dizendo: “A gente estava preparado pra morrer, mas não estava preparado para a tortura”.
Entrevistadores
Karina Alves | Fernanda Casagrande
Duração (minutos)
144
Operador de câmera
Fernanda Casagrande
Local da entrevista
Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto/ SP
Como citar
PIRES, Áurea Moretti; SENNE, Edson J. Entrevista realizada para Exposição Itinerante Lugares da Memória - Resistência e Repressão em Ribeirão Preto. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Fernanda Casagrande em 16/05/2013.