Dados gerais
Título
Entrevista coletiva com Lúcia Castro e Mara Lúcia
Código da entrevista
C188
Data da entrevista
26/08/2023
Resumo da entrevista
Mara Lúcia da Silva inicia a Coleta Pública de Testemunhos. Memórias da Futuro: Lésbicas e Negras contando que a sua primeira referência de lesbianidade foi uma tia sua até conhecer sua primeira namorada, aos 29 anos. Conta sobre a reação contraditória de sua mãe que sempre acolheu seus amigos gays. Conta que sua primeira namorada foi assassinada por um vizinho após uma discussão e a importância de relatar os casos de lebocídio. Conta como começou a frequentar bares de sapatão no Bixiga – bar da Marlene, boate Stai, Ferro’s Bar. Conta sobre sua participação no grupo Umas & Outras e as atividades realizadas pelo coletivo. Conta sobre a realização do V Seminário Nacional de Lésbicas, em São Paulo, em 2003. Reflete sobre o fortalecimento de espaços de convivência para lésbicas durante sua trajetória de 20 anos de militância. Conta sobre sua participação na Marcha das Mulheres Negras. Relata o que foi o Lesbocenso, iniciado em 2022. Finaliza seu relato refletindo sobre a continuidade de violência policial contra corpos de mulheres negras, lésbicas e bissexuais, mesmo após o fim da ditadura.
Lúcia Castro inicia seu relato contando que cresceu em uma família com forte presença da Igreja Católica. Conta sobre as primeiras referências de lesbianidade, na música de Leci Brandão, e das mulheres que jogavam futebol em Campinas (SP). Conta sobre o preconceito vivido no bairro em que vivia, Proença. Conta sobre as dificuldades encontradas por mulheres negras para viverem a sua sexualidade. Conta que saiu de casa pela primeira vez, aos 14 anos de idade, e que, ao retornar, por 5 anos, suas roupas foram separadas por medo dela ter se infectado pelo vírus HIV, por conviver com travestis. Conta seu envolvimento com o Movimento Sem Terra, o Partido dos Trabalhadores, o Conselho de Saúde de Campinas e o grupo Identidade. Conta a importância de participar do Identidade para acessar processos e espaços de formação militante. Relata sua participação na criação do Moleca – Movimento Lésbico de Campinas. Conta como foi escolhida para fazer parte da Coordenação Nacional de Mulheres Negras. Conta como abriu o coletivo Aos Brados. Questiona qual o lugar das mulheres negras nos espaços de militância lésbica, a partir de suas vivências no VI Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), realizado em Recife (PE), em 2006. Conta sobre a importância de ter participado do Encontro Nacional de Mulheres Negras mais 30, realizado em 2018, quando se reconectou com o movimento de mulheres lésbicas. Finaliza seu relato refletindo sobre as vezes em que lhe foi dito que ela não seria ninguém na vida e declamando a poesia “Preta”, de autoria de Marília Correia.
Entrevistadores
Ariana Mara da Silva e Julia Gumieri
Duração (minutos)
161
Local da entrevista
Auditório do Memorial da Resistência
Como citar
SILVA, Mara; CASTRO, Lúcia. Coleta Pública de Testemunhos Memórias do Futuro: Lésbicas e Negras com mediação Ariana Mara da Silva e Julia Gumieri. Entrevista concedida em 26/08/2023 para o Acervo Bajubá em parceria com o Memorial da Resistência de São Paulo por meio do Projeto Memórias à margem: Ordem social e normatividade na ditadura.
Assuntos: Eventos
V Seminário Nacional de Lésbicas - V SENALE | III Seminário Nacional de Lésbicas (1998)
Assuntos: Lugares
Ferro's Bar | Boate Stai | Casa do Povo - Instituto Cultural Israelita Brasileiro | Largo do Arouche



