Entrevista com Izaías do Vale Almada

Resumo da entrevista

Izaías Almada iniciou sua militância política em 1959 junto ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) em Belo Horizonte, sua cidade natal. Ao mudar-se para São Paulo em 1963, ingressou na Escola de Arte Dramática e, em seguida, na faculdade de Ciências Sociais e deu continuidade à sua atuação política através da Organização Revolucionária Marxista Política Operária (POLOP), organização de esquerda ligada à causa operária. Com o crescimento da luta armada decidiu aderir à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), que atuava na luta armada, ao lado de outros companheiros também vindos da POLOP. Porém, em sua primeira ação comandada pela VPR, em 1968, foi preso com outros três integrantes da organização. Foram todos levados para o DEIC-SP, onde permaneceram detidos por uma semana, sem identificação. Após este episódio voltou a ser preso em março de 1969, desta vez por agentes do Deops/SP que o torturaram. Após dois meses, foi transferido para outros estabelecimentos prisionais do Estado, em um processo que se estendeu por mais de dois anos. Concluiu seu testemunho discorrendo sobre o conteúdo da peça “Lembrar é Resistir”, encenada nas dependências do extinto Deops/SP no ano de 1999 em homenagem aos 20 anos da Lei de Anistia. A convite do então Secretário da Justiça, Belisário dos Santos Junior, Izaías Almada e Analy Alvarez elaboraram o roteiro e dirigiram a peça que aludia às condições de vida dos presos políticos do Deops/SP durante o período da ditadura civil-militar. Tratou ainda sobre conflitos internos ligados à equipe de direção da peça, que, segundo o entrevistado, comprometeram em parte o avanço da discussão política proposta pela montagem.