Entrevista com Maria Aparecida Costa Cantal
Título
Entrevista com Maria Aparecida Costa Cantal
Código da entrevista
C088
Entrevistados
Data da entrevista
13/06/2014
Resumo da entrevista
A entrevistada narrou seu processo de aproximação com a política através do Movimento Estudantil até sua adesão à luta armada. Definiu sua entrada na Faculdade de Direito do Largo São Francisco como um divisor de águas pelo despertar político após integração à Juventude Universitária Católica (JUC) e pelo estimulo político e cultural. Com o decreto do Ato Institucional n. 5 e o fechamento das arestas legais, Cida e muitos outros companheiros optaram pelo movimento de luta armada. Nesse sentido, refletiu sobre seu processo de entrada na Ação Libertadora Nacional (ALN), até conquistar participação em um Grupo Tático Armado (GTA) da organização. Em meados de 1969, em meio às sucessivas quedas da ALN e assassinato do líder Carlos Marighella, Cida foi presa no Rio de Janeiro. Nesse sentido, tratou sobre enfrentamento do processo de queda e seus desdobramentos a longo prazo. Entregue ao DOI-Codi/RJ pelo estudante de Direito Octavio Moreira Junior, foi em seguida levada para o DOI-Codi/SP. Após um mês, foi transferida para o Deops/SP, a respeito de onde descreveu o espaço físico e o sentimento constante de incerteza no que estava porvir. Segundo relatou, a transferência para o Presídio Tiradentes possibilitou que começasse a se reerguer após o trauma gerado pelas torturas, relembrando a experiência de convívio fraterno entre os presos e as formas diversas de resistência atrás das grades. Cida, que também esteve presa no Presídio do Hipódromo e na Penitenciaria Feminina da Capital, compartilhou suas memórias relativas a cada um destes espaços carcerários. Quanto à participação de sua família durante o período de prisão, relembrou a troca de correspondências e a importância desta ação. Por fim, constatou que retornar ao prédio do extinto Deops/SP, embora fisicamente modificado, representa um forte reencontro com seu passado possibilitando um mergulho mais profundo em suas memórias para a construção do presente testemunho.
Entrevistadores
Karina Alves | Paula Salles
Duração (minutos)
178
Operador de câmera
André Oliveira | Jamerson Lima
Local da entrevista
Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo/SP
Como citar
CANTAL, Maria Aparecida Costa. Entrevista sobre militância, resistência e repressão durante a ditadura civil-militar. Memorial da Resistência de São Paulo, entrevista concedida a Karina Alves e Paula Salles em 13/06/2014.
Assuntos Temáticos
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