EXPOSIÇÕES
Ocupações Memorial: Retrato Oficial
08 de maio de 2021 até 21 de maio de 2023 Classificação indicativa A convite do Memorial da Resistência de São Paulo, o artista Rafael Pagatini apresenta a obra Retrato […]
08 de maio de 2021 até 21 de maio de 2023
Classificação indicativa
A convite do Memorial da Resistência de São Paulo, o artista Rafael Pagatini apresenta a obra Retrato Oficial (2017) em que investiga as relações entre esfera política, ditadura civil-militar brasileira e os processos de construção da memória cultural.
A exposição é parte do projeto Ocupações Memorial, que articula diálogos transdisciplinares sobre a memória dos períodos autoritários no país e suas reverberações no presente.
Reunidas em um dossiê, referências bibliográficas, textos e documentos aprofundam as questões tratadas pelo artista e seu diálogo com o Memorial da Resistência:
![Foto colorida de pregos aglomerados, cujas suas cabeças formam figuras de bocas. Vemos 5 diferente aglomerados, que estão em um formato retangular.](https://memorialdaresistenciasp.org.br/wp-content/uploads/2021/07/20210628_LF_Pina-e-Memorial-Resistencia_Abertura-Democracia-Yona-Friedman-e-Ocupacao-Memorial-Rafae-3-1024x683.jpg)
![Foto de parede branca com 5 quadros com ligeira distancia um do outro. Estes quadros são feitos com pregos de aço enfileirados muito próximos um do outro. A cabeça dos pregos tem uma escala de cor cinza e são diferentes, formando a imagem de uma fotografia de bocas de homens e de seus pescoços com terno e gravata. O segundo quadro da esquerda para direita mostra um homem com bigode. Os demais sem. O último quadro, da esquerda para direita apresenta uma boca com um leve sorriso e gravata convencional. Todos os demais semblantes sérios e gravata borboleta branca.](https://memorialdaresistenciasp.org.br/wp-content/uploads/2021/07/20210628_LF_Pina-e-Memorial-Resistencia_Abertura-Democracia-Yona-Friedman-e-Ocupacao-Memorial-Rafae-4-1024x683.jpg)
![Foto colorida de cabeças de pregos enfileiradas muito próximas umas das outras. A maioria das cabeças dos pregos tem tons brancos enquanto alguns tem tom cinza escuro ou preto. Parecem formar um desenho, mas não somos capazes de identificá-lo.](https://memorialdaresistenciasp.org.br/wp-content/uploads/2021/07/20210628_LF_Pina-e-Memorial-Resistencia_Abertura-Democracia-Yona-Friedman-e-Ocupacao-Memorial-Rafae-1-1024x683.jpg)
![Foto colorida de sala de exposição com piso de madeira e paredes brancas. Na parede do fundo vemos 5 quadros em preto e branco que mostram bocas e parte do pescoço de pessoas. Na parede da direita vemos escritos em preto.](https://memorialdaresistenciasp.org.br/wp-content/uploads/2021/07/20210628_LF_Pina-e-Memorial-Resistencia_Abertura-Democracia-Yona-Friedman-e-Ocupacao-Memorial-Rafael-Pa-1024x683.jpg)
Vídeo
Retrato Oficial
Impressão uv sobre 10.400 pregos de aço inox afixados na parede do espaço expositivo, 35x 45x 7 cm (cada)
Os retratos dos ditadores militares (1964-1985) são apresentados a partir do detalhe das bocas fechadas impressas sobre pregos de aço cravados na parede do espaço expositivo. Cada prego contém um pequeno fragmento que através do conjunto possibilita a percepção do retrato. O contraste entre as bocas e os pregos forjados em aço evidencia a suposta oficialidade do regime, indicando relações com o silêncio e o silenciar do estado de exceção e a violência do período. Nenhum “presidente” ao longo da ditadura civil-militar brasileira posou para a foto oficial do governo com uniforme militar: dos cinco, quatro vestiram terno de gala white tie e o último, Figueiredo, terno e gravata, traje recorrente até a atualidade. Para o artista, o objetivo era promover o imaginário do ditador como político e retirar da farda militar as conotações repressivas.
A fotografia do retrato oficial é resultado de construções de visibilidade, jogos de poder, manipulações, maquinações, intrigas e formas de se criar uma imagem, de forjar a suposta legalidade de um governo, ou seja, indica as bases da construção ideológica do governo de exceção. As ligações entre militares e civis ao longo da ditadura se estabeleceu como aliança que administrou e construiu as bases do Brasil contemporâneo, muitas das quais se perpetuam até a atualidade.
Sobre Rafael Pagatini
(Caxias do Sul – RS, 1985 . Vive e trabalha em Vitória – ES)
Artista visual, pesquisador e professor do Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo. Trabalha principalmente com procedimentos associados a gravura, fotografia e instalação. Sua produção recente se caracteriza pela crítica da sociedade contemporânea, através da investigação das relações entre arte, memória e política.