Largo General Osório, 66
Santa Ifigênia, São Paulo, SP
Telefone: 55 11 3335-5910
Entrada Gratuita
Aberto de quarta a segunda (fechado às terças), das 10h às 18h
faleconosco@memorialdaresistenciasp.org.br


EXPOSIÇÕES

Ocupações Memorial: Retrato Oficial

  08 de maio de 2021 até 21 de maio de 2023   Classificação indicativa A convite do Memorial da Resistência de São Paulo, o artista Rafael Pagatini apresenta a obra Retrato […]

  08 de maio de 2021 até 21 de maio de 2023

  Classificação indicativa

A convite do Memorial da Resistência de São Paulo, o artista Rafael Pagatini apresenta a obra Retrato Oficial (2017) em que investiga as relações entre esfera política, ditadura civil-militar brasileira e os processos de construção da memória cultural.

A exposição é parte do projeto Ocupações Memorial, que articula diálogos transdisciplinares sobre a memória dos períodos autoritários no país e suas reverberações no presente.
Reunidas em um dossiê, referências bibliográficas, textos e documentos aprofundam as questões tratadas pelo artista e seu diálogo com o Memorial da Resistência:

Vídeo

Assista à roda de conversa com o artista

Retrato Oficial
Impressão uv sobre 10.400 pregos de aço inox afixados na parede do espaço expositivo, 35x 45x 7 cm (cada)

Os retratos dos ditadores militares (1964-1985) são apresentados a partir do detalhe das bocas fechadas impressas sobre pregos de aço cravados na parede do espaço expositivo. Cada prego contém um pequeno fragmento que através do conjunto possibilita a percepção do retrato. O contraste entre as bocas e os pregos forjados em aço evidencia a suposta oficialidade do regime, indicando relações com o silêncio e o silenciar do estado de exceção e a violência do período. Nenhum “presidente” ao longo da ditadura civil-militar brasileira posou para a foto oficial do governo com uniforme militar: dos cinco, quatro vestiram terno de gala white tie e o último, Figueiredo, terno e gravata, traje recorrente até a atualidade. Para o artista, o objetivo era promover o imaginário do ditador como político e retirar da farda militar as conotações repressivas.

A fotografia do retrato oficial é resultado de construções de visibilidade, jogos de poder, manipulações, maquinações, intrigas e formas de se criar uma imagem, de forjar a suposta legalidade de um governo, ou seja, indica as bases da construção ideológica do governo de exceção. As ligações entre militares e civis ao longo da ditadura se estabeleceu como aliança que administrou e construiu as bases do Brasil contemporâneo, muitas das quais se perpetuam até a atualidade.


Sobre Rafael Pagatini
(Caxias do Sul – RS, 1985 . Vive e trabalha em Vitória – ES)
Artista visual, pesquisador e professor do Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Espírito Santo. Trabalha principalmente com procedimentos associados a gravura, fotografia e instalação. Sua produção recente se caracteriza pela crítica da sociedade contemporânea, através da investigação das relações entre arte, memória e política.

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