Além das contribuições de ex-presos políticos que passaram pelo edifício, ocupado pelo Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo – Deops/SP entre 1940 e 1983, o processo de implantação do Memorial da Resistência contou com a participação de pesquisadores convidados do PROIN – Projeto Integrado Arquivo do Estado/Universidade de São Paulo.
Desde 1996 o projeto realizava o trabalho inédito de debruçar-se sobre as cercas de 1.500.000 fichas e aproximadamente 163.000 pastas/prontuários que compõem o acervo documental do fundo DEOPS, e que estão sob a tutela do Arquivo Público do Estado de São Paulo até os dias de hoje.
Com a parceria firmada junto ao museu, em 2007, coube à Prof. Maria Luiza Tucci Carneiro, Coordenadora do Inventário DEOPS do PROIN, e equipe de pesquisadores, a organização de um vasto material de referências, textos, documentos e imagens reunidos na exposição, incluindo a Linha do Tempo.
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Guiada pelas ideias de controle e repressão, a elaboração da cronologia teve o grande desafio de realizar um recorte que fosse representativo e expressivo: “Isso era um desafio: como colocar todas as informações? Eu me recordo muito bem que, junto com o pessoal que fez a programação visual, a gente ficava colocando as tabelas: ‘Tira uma, coloca outra’, ‘não, isso aqui está demais. Não cabe’. Então eu acho que foi um desafio para uma historiadora tentar resumir uma linha de tempo com essa dimensão e que fosse didática”, diz Carneiro.
Além de reunir efemérides, legislações e organizações políticas, as mais de 30 imagens que compõem a Linha do Tempo foram selecionadas pelo Coordenador de Iconografia DEOPS do PROIN, o Prof. Boris Kossoy, junto à equipe de pesquisadores, a partir de uma ampla pesquisa em diferentes acervos brasileiros, incluindo o fundo DEOPS.
Saiba mais sobre o processo de trabalho dos pesquisadores, a construção da Linha do Tempo e as linhas que orientaram sua organização no depoimento de Maria Luiza Tucci Carneiro para o programa Coleta Regular de Testemunhos, também incluído no livro Memorial da Resistência, dez anos: Presente!:
Realizada em ocasião da exposição Hiatus, a obra Formas de transição (2017), de Clara Ianni, foi recentemente remontada pelo museu no espaço da Linha do Tempo. O trabalho propõe um diálogo com a exposição de longa duração a partir da intervenção em sua cronologia. Reproduzindo o mesmo design visual do museu, a artista agrega pequenas placas em preto na sequência cronológica de forma a acrescentar os crimes cometidos pelo Estado entre 1985 (fim da ditadura) até 2017. Com o “contra-gesto”, busca-se refletir sobre a forma como é apresentada a história nacional pela instituição e seu próprio recorte temporal da noção de Resistência.
O trabalho encontra-se também incluído na versão digital da Linha do Tempo.
![Foto colorida de uma parede pintada em azul. Sobre ela, uma série de placas em acrílico coladas fazem referência a datas históricas do período republicando brasileiro, criando assim uma linha do tempo.](https://memorialdaresistenciasp.org.br/wp-content/uploads/2021/05/tumblr_p0yg69Lhsx1vwn0p5o6_1280-2-1024x671.jpg)
![Foto colorida de duas mãos usando luvas de borracha azul claro. Ambas seguram entre si uma pequena placa de acrílico preta, com escritos sobre ela que não são possíveis de ler. Ao fundo, uma parede azul tem colada em sua superfície uma série de outras dessas placas, cada uma delas registrando um evento histórico na história do Brasil republicano. É possível perceber que as placas formam uma linha do tempo cronológica da história do país na parede.](https://memorialdaresistenciasp.org.br/wp-content/uploads/2021/05/tumblr_p0yg69Lhsx1vwn0p5o4_1280-2-1024x576.jpg)