Dados gerais
Nome completo
Aderval Alves Coqueiro
Cronologia
1937-1971
Gênero
Masculino
Codinome
Aroldo | Baiano
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Ala Vermelha | Movimento Revolucionário Tiradentes | Partido Comunista do Brasil | Partido Comunista Brasileiro
Biografia
Nascido na Bahia, Aderval Alves Coqueiro iniciou sua militância política no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Após se desligar do PCB, integrou o Comitê Regional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) de São Paulo, centrando suas atividades na zona rural. Entre 1967 e 1968 desligou-se do PCdoB e ingressou na Ala Vermelha, uma dissidência do partido. Por conta da sua militância política, em 29 de maio de 1969, Aderval foi detido na 2ª Companhia da Polícia do Exército (PE), em São Paulo, sendo transferido para o DOPS/SP e, posteriormente, preso no Presídio Tiradentes. Em junho de 1970, foi banido do território brasileiro, por ocasião do sequestro do embaixador da Alemanha Ocidental no Brasil, Ehrenfried Von Holleben, dirigindo-se para a Argélia juntamente com outros trinta e nove presos políticos também banidos. Viajou para Cuba, onde realizou treinamento de guerrilha, e retornou ao Brasil no dia 31 de janeiro de 1971, a partir de um esquema montado pela organização VAR-Palmares. Foi o primeiro banido a regressar clandestino ao Brasil, já como integrante do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT). Aderval Alves Coqueiro morreu aos 34 anos de idade, no dia 6 de fevereiro de 1971, atingido por disparos de arma de fogo, em ação praticada por agentes do DOI-CODI do I Exército. Segundo a versão divulgada na época, Aderval teria sido morto em confronto armado com agentes das forças de segurança. No entanto, as investigações realizadas sobre o caso reúnem indícios que demonstram a falsidade dessa versão. Banido do Brasil em junho de 1970, Aderval regressou clandestinamente ao país no dia 31 de janeiro de 1971, quando foi morar em um apartamento no Cosme Velho, bairro do Rio de Janeiro. A volta desse militante foi organizada por integrantes da organização VAR-Palmares, responsáveis pela articulação de um esquema que permitia o regresso dos banidos ao Brasil. Seu retorno foi objeto de investigações por parte dos órgãos de segurança com o intuito de identificar e desmantelar as redes que articulavam esse regresso. A ação policial articulada para a captura de Aderval montou um bloqueio em torno do apartamento onde morava. Segundo a vizinhança, uma grande área do bairro foi cercada pelos agentes estatais com o objetivo de evitar a fuga do militante. No momento em que invadiram o apartamento, os agentes do DOI-CODI começaram a atirar, e Aderval foi abatido pelas costas no pátio interno do prédio. Aderval foi o primeiro banido a ser morto pela repressão após seu retorno ao Brasil. Sua morte foi mencionada, dentro desse contexto, na Informação n° 114/16 da Agência do SNI do Rio de Janeiro, de 15 de setembro de 1972, que registrava que alguns banidos tinham retornado ao Brasil após treinamento em países comunistas, “tendo ocorrido inclusive mortes ao se defrontarem com a repressão, a exemplo do que aconteceu com Aderval Alves Coqueiro (...)”. O mesmo documento afirmava que, em razão da “eficiência dos órgãos de segurança”, outros exilados e banidos estariam “desestimulados em retornar, não desejando ter o mesmo fim de seus camaradas mortos”.
Ano(s) de prisão
1969
Tempo total de encarceramento (aprox.)
11 meses
Cárceres
Sede da Polícia do Exército | Deops/SP | Presídio Tiradentes
Saída do país
Banido
Assuntos: Eventos
Troca de presos políticos pelo embaixador alemão Von Holleben