Dados gerais
Nome completo
Alceri Maria Gomes da Silva
Cronologia
1943-1970
Gênero
Feminino
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Nascida no Rio Grande do Sul em 25 de maio de 1943, Alceri Maria Gomes da Silva era a quarta filha de uma família de sete mulheres. Mudou-se para Canoas (RS) com sua família, onde estudou até o segundo grau, trabalhou na fábrica Michelletto e começou a participar do movimento operário, filiando-se ao Sindicato dos Metalúrgicos. Em 1º de maio de 1969, participou da encenação da peça “Pedro Pedreiro”, uma adaptação da música do compositor Chico Buarque. Todos os que participaram foram presos posteriormente. Em setembro do mesmo ano, realizou uma visita a sua família na cidade de Cachoeira do Sul para comunicar que estava se mudando para São Paulo, para se engajar na luta contra a ditadura militar. Morreu aos 27 anos de idade, no dia 17 de maio de 1970 em decorrência de ação perpetrada por agentes do Estado. Existem algumas informações acerca das possíveis causas de sua morte, entre elas, um jornalista afirmou que Alceri teria sido atingida pelas costas em uma emboscada do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do estado de São Paulo. Outra versão foi construída a partir dos depoimentos de presos políticos de São Paulo, segundo os quais, a morte de Alceri Oliveira foi orquestrada e concretizada por agentes da Operação Bandeirante (Oban), que invadiram sua casa e os executaram sumariamente. De acordo com um relatório assinado pelo então comandante do DOI-CODI, major Carlos Alberto Brilhante Ustra, uma equipe do Destacamento foi designada a se dirigir ao “aparelho” em que estavam Alceri e Antônio dos Três Reis Oliveira para prendê-los. Ao chegar ao local, os agentes teriam realizado uma revista minuciosa e teriam encontrado um alçapão onde os dois estavam escondidos. Ao serem descobertos, teriam atirado na direção dos agentes do DOI-CODI, que os mataram em seguida. Em depoimento ao jornal Folha de S.Paulo, divulgado em 8 de dezembro de 2010, o tenente-coronel Maurício Lopes Lima, que foi chefe de buscas da Oban, afirmou que estava presente na operação que resultou na morte de Alceri e Antônio, porém responsabilizou a equipe chefiada pelo capitão Francisco Antônio Coutinho e Silva pelas execuções. Ele ressaltou que teria sido informado sobre um alçapão existente no “aparelho” onde estavam Antônio e Alceri e que, ao tentar abri-lo, teria sido ferido por Antônio. Confirmou ainda que Antônio teria morrido em confronto com os policiais e que Alceri morreria logo a seguir, a caminho do hospital. A morte de Alceri foi comunicada aos seus familiares pelo detetive da Delegacia de Polícia de Canoas, conhecido como “Dois Dedos”, que na ocasião, ameaçou a família de Alceri: caso fizessem algo para desvendar a morte da militante, também seriam mortos.
Ano(s) de prisão
1969
Tempo total de encarceramento (aprox.)
5 meses