Dados gerais
Nome completo
Alexander José Ibsen Voerões
Cronologia
1952-1972
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Ação Libertadora Nacional | Movimento de Libertação Popular | União Nacional dos Estudantes
Biografia
Alexander José Ibsen Voerões, filho de pai húngaro e mãe chilena, nasceu no dia 5 de julho de 1952, em Santiago de Chile. Sua família mudou-se para o Brasil ainda em agosto de 1952. Tendo concluído o ginasial no Colégio Campos Salles em São Paulo, ganhou uma bolsa de estudo integral no Centro de Estudos Filo-Juris para candidatar-se ao curso de Biologia da Universidade de São Paulo no ano de 1970. Nessa época começou a militância política na Ação Libertadora Nacional (ALN) e, posteriormente, ingressou no Movimento de Libertação Popular (Molipo). Foi um dos organizadores do XXX Congresso da União Nacional de Estudantes (UNE), em Ibiúna, tendo sido detido nesta ocasião. Morreu em 27 de fevereiro 1972 aos 19 anos. Desde o ano de 1971, Alexander já estava sendo perseguido devido o envolvimento na luta contra a ditadura e com seu ingresso na Molipo. Segundo a versão divulgada pela repressão, Alexander e seu companheiro de militância, Lauriberto José Reyes teriam sido mortos em tiroteio com policiais. Nesta situação, um morador do local, Napoleão Felipe Biscaldi, também teria sido atingido pelas balas e morrido. Em nota do jornal Folha de S.Paulo, de 29 de fevereiro de 1972, os militantes foram responsabilizados pelo tiro que levou Napoleão à morte. Alexander e Lauriberto foram examinados pelos legistas Isaac Abramovitc e Walter Sayeg, que confirmaram as versões sobre as mortes decorrentes de confronto armado. Nas requisições de exame ao Instituto Médico-Legal de São Paulo (IML/SP), solicitadas pelo DOPS/SP, há a letra T manuscrita, uma estratégia utilizada na época para indicar que se tratava de corpos de militantes, chamados de terroristas pelos órgãos da repressão. Passados mais de 40 anos, investigações sobre esse episódio revelaram a existência de vários elementos que permitem apontar que a versão divulgada à época não se sustenta. Apesar de resultar em violenta ação policial, não foi realizada à época nenhuma perícia que permitisse a comprovação do suposto tiroteio. Ao examinar os documentos do caso, a CEMDP (Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos) considerou as mortes dos militantes como um caso de execução. No período de investigações da CEMDP, a comissão visitou o local do crime para levantar informações sobre o caso com os moradores da região. A execução dos militantes foi vista por toda a vizinhança e nos depoimentos foram recolhidas informações de que já havia sido preparada uma emboscada para os militantes que, conforme contam, teriam tentado fugir, mas não estavam armados, nem teriam reagido.
Ano(s) de prisão
1968