Metadados
Nome completo
Celso Gilberto de Oliveira
Cronologia
1945-1970
Gênero
Masculino
Codinome
Alan
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Nascido em 26 de junho de 1945, em Porto Alegre (RS), Celso Gilberto de Oliveira trabalhava como corretor de imóveis. Era militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), quando desapareceu em dezembro de 1970, após ser capturado por agentes do CISA - Centro de Informações da Aeronáutica e ter passado alguns dias preso no DOI-CODI/ do I Exército. No dia 7 de agosto de 1970, o embaixador suíço no Brasil, Giovanni Enrico Bucher, foi sequestrado por integrantes da VPR, que exigiram do governo ditatorial a libertação de 70 presos políticos. Naqueles dias, os órgãos de segurança e informações procuravam, de toda forma, obter subsídios que permitissem a identificação do local de cativeiro do embaixador. A prisão de Celso Gilberto de Oliveira ocorreu, portanto, nesse contexto. Entre os dias 9 e 10 de dezembro, a documentação diverge sobre a data, ele foi preso por agentes do Centro de Informações da Aeronáutica. Posteriormente, Celso Gilberto foi remetido, dia 11 ou 18, ao DOI-CODI/RJ, onde foi submetido a torturas e interrogatórios. De acordo com o Dossiê ditadura: mortos e desaparecidos políticos no Brasil, com base em denúncias feitas por outros presos políticos, Celso Gilberto foi torturado no DOI-CODI/RJ pelos tenentes do Exército conhecidos por “Hulk”, “Teles” e “James”. O ex-preso político Sinfrônio Mesa Netto relata ainda que, entre os dias 24 e 25 de dezembro, foi acareado com Celso, ocasião em que pôde constatar as torturas e maus tratos que Celso vinha sofrendo. Em um dos interrogatórios a que foi submetido, consta que o militante da VPR prestou informações sobre o local em que o embaixador suíço vinha sendo mantido. Durante a diligência de verificação, segundo a versão oficial, Celso Gilberto teria empreendido uma tentativa malograda de fuga, vindo, então, a falecer, após ser perseguido e baleado fatalmente. O reconhecimento da morte também se encontra em documento de autoria do CISA. Em seu anexo, consta uma extensa lista de militantes, aliados e simpatizantes das organizações que faziam oposição ao regime militar, registrando eventuais codinomes e a situação de cada um (por exemplo, se a pessoa estava presa ou morta). Esse documento foi distribuído a inúmeros órgãos de segurança e informações, como a Agência Central do Serviço Nacional de Informações, o Centro de Inteligência do Exército e o Centro de Informações da Marinha, para citar apenas os órgãos centrais. Nele, consta que Celso Gilberto de Oliveira, o “Alan”, já havia “falecido”. Curioso e significativo é notar que, meses depois, em documento com as mesmas características do anterior, registrava apenas que Celso Gilberto encontrava- se “preso”. No mesmo sentido, em nenhum dos relatórios entregues pelas Forças Armadas ao ministro da Justiça Maurício Corrêa em 1993 há o reconhecimento da morte de Celso Gilberto. Nesse sentido, registra-se a tentativa do DOI-CODI/RJ de encobrir informação sobre a morte do militante, por meio da divulgação de um relatório em que consta que o prisioneiro teria simplesmente se evadido e não morrido, como de fato ocorreu, após perseguição e ferimentos mortais causados por balas. Fazemos menção ao “relatório da Operação Petrópolis”, consignado no relatório do ministro do Exército entregue ao ministro da Justiça – documento, por sinal, não localizado nos acervos da ditadura militar custodiados pelo Arquivo Nacional.
Ano(s) de prisão
1970
Tempo total de encarceramento (aprox.)
20 dias
Cárceres
Assuntos: Eventos
Assuntos: Lugares
Assuntos Temáticos
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