Chael Charles Schreier
Nome completo
Chael Charles Schreier
Cronologia
1946-1969
Gênero
Masculino
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Biografia
Chael Charles Schreier nasceu em São Paulo no dia 23 de setembro de 1946. Estudou medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo até o 5º ano do curso e exerceu atuação política na União Estadual dos Estudantes de São Paulo, na Dissidência Estudantil do PCB (Disp) e, finalmente, na VAR-Palmares. Entrou na clandestinidade com a promulgação do Ato Institucional nº 5. Chael foi preso no dia 21 de novembro de 1969, em Lins de Vasconcelos, no Rio de Janeiro, numa casa que ocupava com dois companheiros da VAR-Palmares: Maria Auxiliadora Lara Barcellos e Antônio Roberto Espinosa. Dora, como Maria Auxiliadora era conhecida, declarou, em depoimento, que os três foram presos por uma equipe mista, composta por agentes do DOPS e da Polícia do Exército (PE). O militante morreu no dia seguinte à prisão, em decorrência da brutal tortura a que fora submetido nas dependências do DOPS e do Quartel da Polícia do Exército da Vila Militar. Em documento da 1ª Divisão de Infantaria do I Exército da Vila Militar, datada de 24 de novembro de 1969, registra que Chael e os companheiros teriam resistido à prisão por meio de disparos de arma de fogo e do lançamento de bombas de fabricação caseira. Os militantes teriam saído feridos do confronto e recebido atendimento médico, no entanto, Chael Schreier não teria resistido e veio a falecer. No entanto, fotos encontradas no acervo do DOPS pela cineasta Anita Leandro, que exibem Chael da cintura para cima, sem camisa e nenhum ferimento aparente, comprovam que, ao chegar às dependências daquele órgão da repressão, o militante encontrava-se ileso, o que desmente a versão oficial sobre a morte de Chael. Ademais, em depoimento à CNV, prestado no dia 25 de julho de 2014, o sargento Euler Moreira de Moraes, responsável pela prisão de Chael, alega que capturou o militante sem efetuar nenhum disparo e que o entregou à prisão ileso. A família foi informada da morte de Chael somente no dia 25 de novembro. Como informa o Dossiê ditadura, seu corpo foi entregue aos familiares em caixão lacrado e o traslado para São Paulo foi realizado sob vigilância de agentes do II Exército, que proibiram a realização do ritual judaico de sepultamento, a fim de se evitar que o caixão fosse aberto e que os ferimentos de Chael fossem constatados. Em 24 de janeiro de 2014, Antônio Espinosa relatou em depoimento à CNV que o corpo de Chael chegou a ser levado a uma sinagoga em São Paulo e que, nesse local, apesar da vigilância dos agentes de segurança, dois jornalistas da revista Veja, Bernardo Kucinski e Raimundo Pereira, além de uma junta médica, puderam constatar os ferimentos que denunciavam a tortura de Chael.
Ano(s) de prisão
1969
Tempo total de encarceramento (aprox.)
1 dia
Assuntos: Eventos
Assuntos: Lugares
Assuntos Temáticos
ATOS DE RESISTÊNCIA | ÓRGÃOS DE REPRESSÃO POLÍTICA > DEPARTAMENTO DE ORDEM POLÍTICA E SOCIAL | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > DISSIDÊNCIA UNIVERSIRTÁRIA DE SÃO PAULO > DI-SP | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > DISSIDÊNCIA UNIVERSIRTÁRIA DE SÃO PAULO | DITADURA CIVIL - MILITAR NO BRASIL | UNIDADES DE DETENÇÃO E TORTURA > DOPS/GB | ÓRGÃOS DE REPRESSÃO POLÍTICA > EXÉRCITO BRASILEIRO | HISTÓRIA DO BRASIL | JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO | MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS | ÓRGÃOS DE REPRESSÃO POLÍTICA | PERSEGUIDOS POLÍTICOS | UNIDADES DE DETENÇÃO E TORTURA | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > VANGUARDA ARMADA REVOLUCIONÁRIA-PALMARES | ORGANIZAÇÕES E PARTIDOS POLÍTICOS > VANGUARDA ARMADA REVOLUCIONÁRIA-PALMARES > VAR-PALMARES | VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS