Dados gerais
Nome completo
Elson Costa
Cronologia
1913-1975
Gênero
Masculino
Codinome
Manoel de Sousa Gomes
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Elson Costa foi militante histórico do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Jornalista de profissão, iniciou suas atividades políticas em Uberlândia (MG), onde liderou uma greve de caminhoneiros. Integrou o Comitê Central do partido, com a responsabilidade de produção e divulgação do jornal Voz Operária. Em função da militância no PCB, atuou em várias regiões do Brasil, além de ter participado de atividades em países do leste europeu. Elson foi monitorado, enquanto membro do PCB, desde o Estado Novo; com o golpe militar de 1964, teve os direitos políticos cassados e, dois anos depois, em junho de 1966, foi preso em decorrência da apreensão de cadernetas pertencentes a Luís Carlos Prestes, que revelavam nomes e áreas de atuação do partido na clandestinidade. Após cumprir pena em Curitiba (PR), adotou o nome de Manoel de Sousa Gomes e se transferiu para São Paulo (SP) em companhia da esposa, Aglaé de Souza Costa. Viveu na clandestinidade até ser vitimado pela “Operação Radar”, que resultou em sua prisão e desaparecimento em 15 de janeiro de 1975. Elson Costa foi detido em um bar, em São Paulo, próximo de onde residia, o que permitiu que sua prisão fosse testemunha pela vizinhança. A maior parte das pessoas que viram “Manoel de Sousa Gomes” ser levado pelos agentes da repressão não imaginavam se tratar do militante do PCB de nome Elson Costa. A família de Elson buscou informações do seu paradeiro no II Exército, além das várias correspondências a ministros e até ao presidente do regime ditatorial, Ernesto Geisel, todas sem sucesso. Elson foi uma das vítimas da “Operação Radar”, ofensiva do Exército dedicada ao monitoramento e desestruturação do PCB. Ao menos 11 militantes do PCB foram vítimas dessa investida sistemática e direcionada entre 1974 e 1976. Em documento produzido em março de 1975 pela 2ª Seção do II Exército revela as ações dos órgãos de informação e repressão para “Neutralização do PCB”, como foi intitulada a informação. Com o objetivo de desarticular o partido, foram elaborados estudos e monitoramentos de dirigentes cujas prisões eram fundamentais para a eliminação do PCB. A “Operação Radar” esteve sob a orientação direta do DOI de São Paulo, com a colaboração de outros DOIs e do Centro de Informações do Exército (CIE). Assim, a operação focou em realizar prisões e perseguições em inúmeros estados de dirigentes do PCB, levados a centros clandestinos para interrogatórios, onde desapareceram. A Casa de Itapevi, localizada na estrada da Granja, n° 20, que liga Barueri a Itapevi, na região metropolitana de São Paulo, é apontada como principal centro clandestino utilizado pelo DOI-CODI do II Exército e pelo CIE para tortura e execução dos presos desta operação. O ex-sargento Marival Chaves, em depoimento para a CNV, relatou algumas informações sobre as atividades ocorridas e sobre alguns agentes responsáveis que atuavam na Casa de Itapevi. Além disso, referiu-se aos nomes das vítimas que haviam sido torturadas e executadas no centro Clandestino, entre elas, Elson Costa. Em 2004, uma matéria da IstoÉ divulgou outras revelações feitas pelo ex-sargento Marival Chaves, que acompanhou vários casos ocorridos no DOI-CODI de São Paulo, sobre a “Operação Radar”. Entre elas, destacou-se a referência ao nome do coronel Audir dos Santos Maciel, o “Doutor Silva”, como responsável pelas ações de desaparecimento dos dirigentes do PCB, além de declarar que as vítimas foram executadas em chácaras clandestinas utilizadas para a tortura, assassinato e ocultação de cadáver pelos agentes.
Ano(s) de prisão
1966 | 1975