Dados gerais
Nome completo
Maria Aparecida dos Santos
Gênero
Feminino
Código do entrevistado
E162
Entrevistas
Perfil histórico
Profissão
Perfil de Atuação
Biografia
Maria Aparecida dos Santos, Iyá Cida, nasceu na cidade de São Paulo, em 1951, vivenciando o Golpe Militar aos 13 anos de idade. Conta que durante boa parte da vida estudou em escolas católicas apostólicas romanas, vivendo a ambiguidade das práticas católicas durante o dia, e à noite bater tambor com a mãe, importante pessoa contribuidora de sua formação espiritual. Durante a Ditadura Civil-Militar e os mecanismos de vigência da censura, conta que por volta dos 16 anos marcava encontros com os primos e primas na Igreja do Rosário dos Homens Pretos para, após as celebrações religiosas, dirigir-se aos fundos do estabelecimento e ter momentos de conversa sobre posicionamento político. Ainda na juventude trabalhou na educação de base do Partido dos Trabalhadores (PT), citando o Largo 13 de Meio como uma importante referência para encontrar pessoas discordantes da Ditadura vigente. Em sua trajetória, relembra como tornou-se Iyá no Candomblé, considerando que ao se falar de religiosidades de matriz africana, inevitavelmente está-se falando de linhagens femininas que sustentam as práticas religiosas, mesmo que ao longo do tempo, as formações culturais da sociedade para as questões de gênero tenham acarretado um destaque dos Babalorixás (pais de santo) em detrimento das Iyás (mães de santo). Em sua análise faz Maria Aparecida comparações sobre Democracia Racial, instaurado como plano de governança de Getúlio Vargas, que foi resgatado durante o período ditatorial de 1964, e como o privilegiamento branco dentro da política permanece atual, desde Getúlio até as eleições de 2018, quando a maioria do povo escolheu eleger Jair Bolsonaro para a presidência.