Dados gerais
Nome completo
Thomaz Antônio da Silva Meirelles Netto
Cronologia
1937-1974
Gênero
Masculino
Codinome
Luiz | Gilberto
Perfil histórico
Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Movimento estudantil | Organizações de esquerda | Partidos políticos
Assuntos: Organizações
Ação Libertadora Nacional | Partido Comunista Brasileiro | União Nacional dos Estudantes | União Brasileira dos Estudantes Secundaristas | Centro Popular de Cultura
Biografia
Nascido em Parintins, no Amazonas, Thomaz Antônio da Silva Meirelles Netto mudou-se para o Rio de Janeiro em 1958, onde iniciou sua militância política. Atuou na União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e, posteriormente, na União Nacional dos Estudantes (UNE). Em 1961, envolveu-se na campanha em defesa da legalidade constitucional, em favor da posse do vice-presidente João Goulart diante da renúncia do presidente Jânio Quadros. Também participou de manifestações no campo político-cultural, por meio do Centro Popular de Cultura da UNE. Ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB) e, posteriormente, na Ação Libertadora Nacional (ALN). Era conhecido pelos codinomes “Luiz” e “Gilberto”. Depois de obter bolsa de estudos na União Soviética, país com o qual o Brasil mantinha relações diplomáticas, entre 1962 e 1969 cursou Filosofia na Universidade de Moscou Lomonosov. Em 13 de novembro de 1969 retornou ao Brasil. Poucos meses depois passou a viver na clandestinidade. Foi preso no dia 18 de dezembro de 1970, na rua da Alfândega, no Rio de Janeiro, e levado para o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, onde foi interrogado e torturado. Ficou preso por dois anos no presídio de Ilha Grande, no Rio de Janeiro. Pouco tempo depois de solto, voltou a viver na clandestinidade, após solto, Thomaz continuou sendo monitorado, sua esposa e alguns amigos foram detidos por sua relação com ele antes de voltar a ser preso no dia 7 de maio de 1974, no bairro do Leblon, Rio de Janeiro. Dessa data em diante nunca mais foi visto. Mesmo depois de desaparecido foi julgado à revelia pela 2ª Auditoria Militar de São Paulo, que o condenou a dois anos de prisão. Em 28 de janeiro de 1979, o jornal Folha de S.Paulo publicou entrevista do general de Brigada Adyr Fiúza de Castro concedida ao jornalista Antônio Henrique Lago. Na reportagem, Adyr Fiúza de Castro reconheceu a morte de Thomaz Antônio da Silva Meirelles Netto e de mais onze desaparecidos políticos. Em 23 de julho de 2014, a Comissão Nacional da Verdade realizou audiência pública em Brasília (DF) para ouvir as declarações de Cláudio Antônio Guerra, ex-delegado do DOPS/ES. A Comissão já colhera anteriormente outros dois depoimentos de Cláudio Guerra, mas fez uma terceira oitiva com foco nos casos de desaparecidos políticos que o ex-delegado alegou publicamente ter levado, depois de mortos, para incineração em usina de açúcar em Campos dos Goytacazes (RJ), a usina Cambahyba. Perguntado sobre o caso de Thomaz Antônio da Silva Meirelles Netto, Guerra, apesar de admitir que pode ter conduzido o corpo de Thomaz à usina, não demonstrou convicção em seu reconhecimento facial por meio de fotografias apresentadas. Thomaz Antônio da Silva Meirelles Netto permanece desaparecido, desde sua prisão por agentes do DOI-CODI do I Exército, no Rio de Janeiro (RJ), em 7 de maio de 1974.
Ano(s) de prisão
1970 | 1974
Tempo total de encarceramento (aprox.)
2 anos