Walter Ribeiro Novaes

Biografia

Nascido na Bahia, Walter Ribeiro Novaes trabalhou como guarda-vidas do Serviço de Salvamento Marítimo, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ). Em 13 de junho de 1970, ele foi preso pela primeira vez e não assistiu ao nascimento de seu filho. Ao ser libertado, dois meses depois, estava debilitado em função das torturas. Passou a viver na clandestinidade e assumiu a tarefa de cuidar da infraestrutura do comando da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Atuou nos sequestros dos embaixadores da Alemanha, em junho de 1970, e da Suíça, entre dezembro daquele ano e janeiro de 1971. Foi preso novamente em 12 de julho de 1971 depois da invasão à sua residência por policiais à paisana, que “reviraram móveis, espalharam terror e molestaram sua esposa, Atamilca, na frente de seus dois filhos menores” no bairro da Penha, na cidade do Rio de Janeiro, e nunca mais foi visto. O Centro de Informações da Aeronáutica (CISA), em relatório de 4 de março de 1977 em que referencia a esposa de Walter, na época refugiada no Chile, negou que o militante houvesse sido preso pelos órgãos da repressão. Porém, no relatório sobre sua prisão no centro clandestino de tortura do Centro de Informações do Exército (CIE) em Petrópolis (RJ), conhecido como Casa da Morte, Inês Etienne Romeu afirmou ter ouvido de seus torturadores que Walter Ribeiro Novaes esteve naquele cárcere clandestino em julho de 1971 e que, no período entre 8 e 14 de julho, houve uma ruidosa comemoração em virtude de sua morte. Alex Polari de Alverga também informou em depoimentos prestados à Justiça Militar durante aquele período, que ouviu de agentes do DOI-Codi/RJ que Walter tinha sido morto após ter sido torturado. Até o momento, os restos mortais de Walter Ribeiro Novaes não foram encontrados.