Dados gerais
Título
Entrevista com Eduardo Barbosa
Código da entrevista
C190
Entrevistados
Data da entrevista
07/11/2023
Resumo da entrevista
O entrevistado inicia a entrevista contando sua infância em Chavantes, interior de São Paulo. Aponta que já na infância sofreu bullying e teve dificuldade de fazer amigos por causa da sua sexualidade. Recorda suas primeiras referências de pessoas homossexuais em sua cidade natal. Conta suas percepções sobre os processos políticos da ditadura, relacionadas, sobretudo, às articulações políticas do seu pai, que era ligado ao partido Arena. Aos 14 anos de idade, começou a viajar sozinho para São Paulo para visitar seus avós, quando frequentou escondido a Praça da República e o Largo do Arouche. Relata que nessas idas escutou histórias sobre a repressão. Conta que aos 16 anos de idade foi preso por vadiagem durante uma blitz realizada na Avenida Dr. Vieira de Carvalho e levado para o 1º Departamento de Polícia, no Parque Dom Pedro. Reflete sobre a contradição que passou a sentir entre o medo da violência policial e a fascinação de frequentar espaços onde podia ser quem ele era. Relata suas primeiras experiências sexuais e como fazia para conhecer outros homens gays em distintos locais do centro de São Paulo. Conta sobre episódios de violência policial presenciados por ele, principalmente contra travestis. Relata que aos 18 anos de idade mudou-se para Marília para estudar teologia em um seminário vinculado à Teologia da Libertação e às Comunidades Eclesiais de Base. Conta a importância dessa experiência em seu processo de formação política. Relata que largou o seminário para mudar-se para São Paulo, por sentir a necessidade de fazer sua vida na capital. Conta as dificuldades vividas para começar sua vida em São Paulo, o processo de aluguel de uma kitnet no centro e suas experiências profissionais. Conta suas percepções sobre o centro de São Paulo nos primeiros anos após o final da ditadura e a sensação de liberdade. Conta sobre sua participação nos atos pelas Diretas Já. Relata que, em 1986, tornou-se professor substituto em um colégio estadual em Itaquera. Conta suas lembranças sobre o bairro e sobre a presença da polícia e da violência no cotidiano dele e de seus alunos. Reflete sobre as diferenças do sistema escolar, entre o período em que ele estudou, durante a ditadura, e quando se tornou professor, já após a redemocratização. Relata suas percepções sobre espaços de sociabilidade gays após o final da diradura: Homo Sapiens, Corintho e Nostro Mondo. Reflete sobre uma autocensura com a sua sexualidade até a descoberta que vivia com HIV, em 1994. Conta o processo de contar para familiares e na escola sobre a sua sorologia. Relata o seu processo de aproximação do movimento HIV/Aids, sobretudo algumas experiências vividas no Grupo de Incentivo à Vida (GIV), onde atuou entre 1994 e 2004. Reflete sobre o ativismo homossexual como algo distante da sua realidade, até a sua aproximação da luta contra a epidemia de HIV/Aids. Reflete sobre a sua falta de informação sobre saúde sexual no início da vida adulta. Conta sobre sua circulação entre as distintas organizações que atuavam em São Paulo no início dos anos 1990 e por que ele decidiu vincular-se ao GIV. Relata o funcionamento do GIV quando ele chegou e as mudanças sofridas na organização. Reflete sobre a convivência com outras pessoas vivendo com HIV no GIV e os aprendizados desse processo. Contra sobre os conflitos que viveu ao aceitar um convite para trabalhar no Departamento de Aids do Governo Federal, durante a primeira presidência de Lula, e os desafios vividos por ele neste cargo, entre 2004 e 2013. Conta como ocorreu o seu ingresso no Pela Vidda-SP e no Centro de Referência e Defesa da Diversidade – Brunna Valin. Reflete sobre quando se percebeu ativista. Finaliza a entrevista relatando sobre a importância falar publicamente sobre sua sorologia e refletindo sobre seus trinta anos de experiências na luta contra a epidemia de HIV/Aids.
Entrevistadores
Marcos Tolentino, Julia Gumieri
Duração (minutos)
120
Operador de câmera
Nael Souza
Local da entrevista
Estúdio de História Oral do Memorial da Resistência
Assuntos: Eventos
Assuntos: Lugares
Praça da República | Largo do Arouche | Boate Corintho | Boate Homo Sapiens | Boate Nostro Mundo | Avenida Vieira de Carvalho | Boca do Lixo | Praça da Sé



