Dados gerais
Nome completo
Sônia Maria de Moraes Angel Jones
Cronologia
1946-1973
Gênero
Feminino
Codinome
Esmeralda Siqueira Aguiar
Perfil histórico
Familiares de mortos e desaparecidos políticos | Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Fotógrafo | Professor > Professor de idioma | Estudante > Universitário
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Sônia nasceu no dia 9 de novembro de 1946, em Santiago do Boqueirão (RS). Em 1966 ingressou no curso de Economia e Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde conheceu seu companheiro de militância, Stuart Edgar Angel Jones, com quem se casou. Sônia foi presa pela primeira vez em 1º de maio de 1969, quando participava de uma manifestação estudantil contra a ditadura militar no Rio de Janeiro. Com ela, outros três estudantes também foram detidos e encaminhados para o DOPS/RJ. Sônia foi levada para o Presídio Feminino São Judas Tadeu e solta em 6 de agosto do mesmo ano, quando foi absolvida pelo Supremo Tribunal Militar. Ainda em 1969 teve sua matrícula na universidade cancelada pela Portaria 53, de 24 de setembro de 1969, por conta de suas atividades políticas. Sônia se viu obrigada a abandonar o emprego como professora e a viver na clandestinidade. Em maio de 1970 exilou-se na França, onde se matriculou na Universidade de Vincennes e trabalhou como professora de português na Escola de Línguas Berlitz de Paris. A prisão e morte de Stuart, em junho de 1971, fez com que Sônia decidisse voltar para o Brasil e reintegrar-se à luta de resistência contra o regime. Depois de um período no Chile, onde trabalhou como fotógrafa, a militante regressou clandestinamente ao Brasil, em maio de 1973, e passou a atuar como militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), em São Paulo (SP), onde conheceu o dirigente da organização Antônio Carlos Bicalho Lana, que viria a se tornar seu companheiro. Em novembro de 1973, Sônia e Antônio alugaram um apartamento em São Vicente (SP), litoral de São Paulo; nesse mesmo mês os dois foram presos em Santos (SP), cidade vizinha, por agentes do DOI-CODI do II Exército. Em 30 de novembro foram mortos após dias de tortura. Sônia e Antônio Carlos eram monitorados pelos órgãos de segurança desde que haviam se mudado para São Vicente, sendo vigiados por agentes que se infiltraram no prédio onde viviam, passando por funcionários do condomínio. Em uma manhã do mês de novembro de 1973, Sônia e Antônio Carlos saíram de casa para tomar um ônibus no posto rodoviário do Canal 1, com destino à cidade de São Paulo. Quando entraram no veículo, o ônibus já estava ocupado por diversos agentes. Antônio Carlos foi abordado quando desceu para pagar as passagens e Sônia foi capturada dentro do ônibus e levada para fora do veículo. Segundo testemunhas, a militante foi algemada pelos pés. Os dois foram encaminhados para o DOI-CODI/SP. Segundo informações prestadas à família pelo coronel Canrobert Lopes da Costa, Sônia teria permanecido por 48 horas no DOI-CODI do Rio de Janeiro, onde teria sido torturada e estuprada com o uso de um cassetete, o que teria provocado hemorragia interna. Debilitada, Sônia teria sido então encaminhada de volta ao DOI-CODI/SP e executada depois de torturas que incluíram o decepamento de seus seios. Segundo relato do pai de Sônia, João Luiz de Moraes, o cassetete que teria sido utilizado na tortura da filha foi depois enviado à família pelo coronel Adyr Fiúza de Castro, então comandante do DOI-CODI/RJ. Em uma segunda versão sobre a morte de Sônia relatada pelo ex-sargento do Exército Marival Chaves Dias do Canto, Sônia e Antônio Carlos teriam sido levados para um centro clandestino de detenção, onde teriam permanecido por até 10 dias e morrido sob tortura, no “sítio da Serra do Mar”. Existe ainda uma terceira versão dada por testemunha que preferiu não se identificar, que reconhece Sônia como presa em centro clandestino da Zona Sul de São Paulo. A versão oficial defendida pelos militares seria de que Sônia e Antônio teriam morrido em tiroteio com “agentes dos órgãos responsáveis pela segurança interna”, na rua Pinedo, localizada na região de Santo Amaro, zona sul de São Paulo (SP). Há três possíveis locais, de acordo com cada uma das versões sobre a morte de Sônia: o DOI-CODI do II Exército, em São Paulo (SP); o sítio da Serra do Mar; e o centro clandestino localizado na zona sul de São Paulo (SP).
Ano(s) de prisão
1969 | 1973
Tempo total de encarceramento (aprox.)
4 meses
Cárceres
Nome do familiar morto e/ou desaparecido
Stuart Edgar Angel Jones | Antônio Carlos Bicalho Lana | Zuleika Angel Jones
Saída do país
Exilado