Metadados
Nome completo
Ana Rosa Kucinski
Cronologia
1942-1974
Gênero
Feminino
Perfil histórico
Familiares de mortos e desaparecidos políticos | Mortos e desaparecidos políticos | Perseguidos políticos | Presos políticos
Profissão
Perfil de Atuação
Assuntos: Organizações
Biografia
Nascida em São Paulo, Ana Rosa Kucinski, também conhecida como Ana Rosa Silva, era filha de judeus poloneses que imigraram para o Brasil na primeira metade do século XX. Nos primeiros anos da década de 1960, iniciou seus estudos na Universidade de São Paulo (USP), onde concluiu a graduação em Química no ano de 1967. Na mesma época conheceu o físico Wilson Silva, com quem se casou no dia 11 de julho de 1970. Tornou-se professora do Instituto de Química da USP e prosseguiu seus estudos na mesma universidade. Em 1972, Ana Rosa concluiu o doutorado em Filosofia. Ana Rosa desapareceu no dia 22 de abril de 1974 na companhia de seu marido, Wilson Silva, quando foi presa por agentes do Estado brasileiro, na cidade de São Paulo. Desde então, o Estado brasileiro apresentou diferentes posicionamentos para a prisão e desaparecimento de Ana Rosa e Wilson Silva. A princípio, o Estado recusou-se a fornecer qualquer informação, em decorrência do não reconhecimento da prisão do casal de militantes. Apenas em 1993, quase duas décadas após a prisão do casal, o relatório da Marinha, encaminhado ao Ministério da Justiça, confirmou que Wilson havia sido “preso em São Paulo a 22 de abril de 1974, e dado como desaparecido desde então”. No tocante a Ana Rosa, o documento apresenta acusações caluniosas, as quais são estendidas ao irmão dessa militante, Bernardo Kucinski. De acordo com depoimentos coletados pelas famílias de Wilson Silva e de Ana Rosa, no dia 22 de abril de 1974, por volta do meio-dia, o casal havia marcado um almoço em um restaurante situado nas proximidades da Praça da República, no centro de São Paulo. Desde então, o casal não voltou a ser visto. No mesmo dia, as famílias Silva e Kucinski, alertadas pelos colegas de trabalho de Ana Rosa, tomaram providências no intuito de localizar os dois militantes. O advogado Aldo Lins e Silva impetrou habeas corpus, em favor de Ana Rosa e Wilson, entretanto, com fundamento no Ato Institucional nº 5, o pedido foi negado. Em suma, nenhuma unidade militar ou policial reconhecia a prisão do casal. Em depoimentos prestados à Comissão Nacional da Verdade (CNV) em 2012 e 2014, Marival Chaves Dias do Canto explicitou que Ana Rosa e Wilson Silva foram levados à Casa da Morte de Petrópolis, ainda vivos, pela equipe do coronel do Exército Freddie Perdigão Pereira, a qual teria sido responsável posteriormente por suas mortes. Além disso, afirmou que Ana Rosa, Wilson e outros militantes da ALN foram presos após delação do agente infiltrado João Henrique Ferreira de Carvalho, o “Jota”. Naquela ocasião, ratificou a tentativa de extorsão à família de Ana Rosa por agentes do DOI, como já denunciado pelo irmão dela, Bernardo Kucinski. Apesar destes relatos, diante da privação de liberdade, da suposta morte e da ausência de identificação de seus restos mortais, a CNV entende que Ana Rosa Kucinski / Ana Rosa Silva, até a presente data, permanece desaparecida.
Ano(s) de prisão
1974
Cárceres
Nome do familiar morto e/ou desaparecido
Wilson Silva
Familiares
Assuntos: Lugares
Universidade de São Paulo (USP) | Usina Cambahyba | Casa da Morte de Petrópolis
Assuntos Temáticos
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